03 pontos fundamentais para evitar tragédias em edifícios

Engenheiro do Ibape-SP enfatiza a importância da manutenção preventiva e indica como reconhecer sinais de perigo.

Quando um edifício cai ou apresenta sérios problemas de estrutura, um dos principais pontos observados é a existência ou não de manutenção preventiva e/ou corretiva. Na maioria dos casos a resposta, infelizmente, é a ausência deste procedimento técnico fundamental (baseado nas normas brasileiras da ABNT), o que reflete em prejuízos financeiros e, o mais grave, em um grande risco às pessoas e à sociedade como um todo.

A questão é séria e deve fazer parte das prioridades de síndicos, zeladores, administradores de condomínio, gestores e funcionários de edifícios para que fiquem sempre atentos, especialmente em relação aos pilares de sustentação do imóvel. É muito importante observar possíveis danos causados por desgaste, acidentes e infiltrações.

O Msc. Esp. engenheiro civil Alexandre Tomazeli, do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias em Engenhara de São Paulo (Ibape-SP), alerta que “as barras de aço / ferro entram em corrosão com o tempo. Isso leva a uma perda da capacidade de resistência, fazendo com que a armadura do edifício chegue até a sambar, caso a estrutura seja grande”.

Para o especialista, três pontos merecem maior atenção para que tragédias sejam evitadas:

1) Sempre procurar empresa especializada/capacitada, atendendo à norma brasileira ABNT NBR 5.674/12 – Manutenção das edificações – Requisitos para o sistema de gestão de manutenção;

2) Nada de “jeitinho brasileiro”, “gambiarras” ou “ajustes técnicos fora de normas”, você pode acabar piorando a situação;

3) Frequentemente fazer uma Inspeção Predial com engenheiros e arquitetos capacitados e/ou especializados na área de patologia das edificações.

Outro aspecto fundamental apontado por Tomazeli é a revisão nos sistemas de impermeabilização das lajes do subsolo, pois a infiltração de água acelera a corrosão da armadura, principalmente se a estrutura tiver juntas de dilatação.

“Alguns zeladores, por falta de conhecimento, colocam uma calha só para não cair água em cima dos carros. Isso acaba piorando o problema, porque cria um microclima úmido e que acelera o processo de deterioração da estrutura, o que é muito grave”, explica o engenheiro.

O Ibape-SP ainda lembra que as inspeções prediais não só evitam problemas estruturais, como avaliam instalações elétricas, ações contra incêndio, rotas de saída em casos de emergência e fachada do edifício. No site da instituição é possível encontrar uma cartilha gratuita sobre a “saúde dos edifícios“, trazendo temas como check-up, como evitar acidentes e normas técnicas (o material pode ser acessado também no site da Direcional Condomínios, em http://direcionalcondominios.com.br/sindicos/pdf/IBAPE/Cartilha-IBAPESP.pdf).

– Alexandre Tomazeli: Esp. Msc Ex – Professor de 01/2011 a 09/2015 e responsável pelas cadeiras Construção de Edifícios I, Construção de Edifícios II e Patologia das Construções; professor assistente na cadeira Laboratório de Materiais de Construção II na faculdade de Engenharia Civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie – Campus Higienópolis – São Paulo – SP; professor no curso de especialização de perícias de Engenharia na Universidade Presbiteriana Mackenzie/IBAPE, nas disciplinas de Patologia e excelência em Alvenarias de vedação, Patologia de revestimentos argamassados e placas cerâmicas e Patologia em estruturas de concreto armado; professor no Instituto IDD nas disciplinas de Patologia e excelência em Alvenarias de vedação, Patologia de revestimentos argamassados e placas cerâmicas, monocamada e piscinas.

– Sobre IBAPE-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo) – Filiado ao IBAPE – Entidade Federativa Nacional: Órgão de classe formado por Engenheiros, Arquitetos e Empresas habilitadas que atuam na área das avaliações, perícias de engenharia, inspeções prediais e perícias ambientais no Estado de São Paulo, fundado em 15 de janeiro de 1979. Trata-se de entidade sem fins lucrativos com o objetivo de congregar tais profissionais para intercâmbio e difusão de informações e avanços técnicos. Defende, ainda, interesses profissionais e morais dos seus associados e visa o aprimoramento profissional nas áreas afeitas, realizando cursos, seminários, workshops, palestras, reuniões técnicas, livros, artigos e normas.

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