A vida operacional do condomínio encontra na figura do zelador o seu protagonista central, que trabalha para garantir que as instalações e os serviços aos condôminos funcionem 24h por dia! A receita para o sucesso desta função, e também dos gerentes prediais, está na atualização profissional e na proatividade.
Zelador Ivan Barros de Oliveira: Da folha de pontos dos funcionários à limpeza diária da piscina, Ivan cuida de toda a rotina do condomínio
O morador que chega no condomínio e tem os portões abertos automaticamente, os elevadores à disposição, a água nas torneiras de sua unidade, gás no fogão e/ou no sistema de aquecimento, coleta de lixo em ordem, limpeza dos ambientes, dispenser com álcool gel em diferentes pontos das áreas comuns, jardins tratados, encomendas e correspondências recebidas e protocoladas, entre muitos outros, pouco imagina o trabalho diário que os zeladores devem realizar para que tudo funcione! É como se houvesse uma mão invisível alimentando essas operações, só que não.
É o zelador, ou o gerente predial em condomínios mais complexos, quem mobiliza toda essa engrenagem, cumprindo um roteiro diário de vistoria dos principais sistemas da edificação, distribuindo e monitorando as tarefas das equipes de apoio e tornando-se o intermediário na interlocução entre o síndico e a comunidade (condôminos, funcionários, administradora e prestadores de serviço). Esta é uma síntese, por exemplo, do dia a dia do zelador Ivan Barros de Oliveira, do Condomínio Residencial Villa Mariana, localizado na zona Sul de São Paulo.
Às vésperas de completar 49 anos (no próximo mês de março), casado, pai de um casal de filhos adultos e avô de 4 crianças, Ivan trabalha no residencial de 2 torres e 128 unidades há cinco anos, depois de ter ficado 13 em outro prédio no mesmo bairro. É a segunda vez em que ele atua no Villa Mariana, a primeira foi como porteiro, atividade que assumiu para chegar à zeladoria, mas, na época, o plano não deu certo. Ao retornar, agora sob a gestão da síndica moradora Taís Suemi Nambu, Ivan se transformou em seu braço direito, incluindo o acompanhamento de grandes obras, como a impermeabilização recente das áreas comuns e construção de uma nova portaria.
Ele se define como “um zelador tradicional”, no sentido de que “é o faz tudo do prédio”. “Faço manutenção mesmo, tenho os cursos necessários, como de piscineiro, NR 10 (de segurança em instalações e serviços em eletricidade) e primeiros socorros”, exemplifica. A limpeza diária da piscina está em sua cota de trabalho, para a qual recebe acúmulo de função. Ele coordena ainda uma equipe de 6 funcionários próprios, “todos muito colaborativos”, entre eles um subzelador que atua nos períodos vespertino e noturno. E observa que um dos segredos para o sucesso no trabalho é a proatividade: “Quando precisa, ajudo na faxina das pedras” [do piso das áreas comuns do condomínio], diz.
Mas Ivan também executa tarefas administrativas, como o fechamento mensal da folha de pontos “dos meninos” (funcionários), e faz a intermediação entre a rotina da administradora e as demandas dos moradores com a síndica. “Ela é bem presente no dia a dia do condomínio, dividimos tudo”, observa o zelador.
Morando em um apartamento próprio na Vila Cursino, zona Sul de São Paulo, Ivan cumpre expediente de segunda-feira a sábado e, nos finais de semana e feriados, faz o revezamento com o subzelador. As vistorias nos sistemas (telhado, bombas, elevadores, garagem etc.) são realizadas toda manhã pelo zelador e, à noite, pelo assistente. “O condomínio é muito movimentado, há bastante rotatividade de moradores, precisávamos do apoio do subzelador”, explica. Segundo ele, a tendência é que as edificações, cada vez mais, acabem buscando esse suporte com o gerente predial e os manutencistas. Assim, para os zeladores, ele observa que fica o grande desafio de se atualizarem com cursos e reciclagem profissional para manterem sua posição.
Exemplo de vistoria operacional: cobertura do prédio
TAREFAS | PERÍODO |
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Inspeção visual de para-raios – observar se os cabos estão bem fixados e se houve queda de raios (o que deixa vestígios); | Quinzenal |
Providenciar laudo de medição ôhmica de para-raios de acordo com norma da ABNT | Anual ou mediante queda de raio no sistema |
Inspeção visual da luz piloto (recomenda-se no mínimo duas delas): – testar o sensor de acendimento automático e observar se lâmpadas não estão queimadas | Semanal |
Reservatórios d’água: – testar o funcionamento do sistema automático que se comunica com as bombas | Semanal |
Inspeção visual do barrilete: observar registros e ocorrência de eventuais vazamentos | Semanal |
Bomba de incêndio: – realizar teste manual, ligando-a (importante incluí-la no contrato de manutenção de bombas feito pelo prédio) | Quinzenal |
Casa de máquinas de elevadores: – observar instalações e eventual vazamento de óleo nas máquinas. Verificar ainda se quadro elétrico apresenta sinais de sobrecarga (chamuscamentos) | Semanal |
Fonte: Carlos Alberto dos Santos
Matéria publicada na edição – 264 – fev/2021 da Revista Direcional Condomínios
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