30/11 – Dia Do Síndico: Encontro da Direcional Condomínios destaca convivência, planejamento orçamentário e condomínio do futuro (4.0)

O Encontro Comemorativo do Dia dos Síndicos, realizado pela Direcional Condomínios para celebrar a data de 30/11, foi antecipado para o dia 25 de setembro de 2019 em São Paulo, Capital.

Com palestras da jornalista Taiga Gomes, do presidente da Conasi, Sérgio Craveiro, e do especialista em tecnologia Odirley Felício da Rocha, foram abordados, respectivamente, os temas “Viver em Coletividade”, “Prestação de Contas e Previsão Orçamentária” e “Condomínio 4.0 e o futuro na área da segurança”. O Encontro ocorreu no Espaço Hakka sob o patrocínio de seis empresas, que sortearam brindes aos presentes. De acordo com Sônia Inakake, diretora da revista, a Direcional Condomínios promove encontros com síndicos para levar-lhes conhecimento e criar oportunidade de networking com os seus pares, os especialistas do segmento e empresas fornecedoras. Além dos síndicos, participaram administradores de condomínio, advogados que atuam na área e gerentes prediais.

A diretora Sônia Inakake
recebe os palestrantes

Encontro em Homenagem aos Síndicos de 2019. A diretora Sônia Inakake recebe os palestrantes Taiga Gomes, Sérgio Craveiro e Odirley Felício da Rocha

Palestrantes levam sugestões para um condomínio melhor

A jornalista Taiga Gomes

A jornalista Taiga Gomes proferiu a palestra de abertura do Encontro Comemorativo do Dia dos Síndicos promovido pela Direcional Condomínios (Versão 2019). Taiga falou sobre o tema “Viver em coletividade”, trazendo de sua moradia recente no Japão experiências de como os japoneses compartilham os espaços coletivos. Eles têm hábitos que, segundo ela, podem ensinar muito aos brasileiros, especialmente dentro dos condomínios.

Segundo expôs, a principal lição deixada pelos japoneses é a responsabilidade que assumem pelo uso e conservação dos ambientes coletivos, sejam públicos ou privados. Por exemplo, inexistem lixeiras nas calçadas pois cada um cuida do descarte dos resíduos que produz. As cidades e mesmo metrópoles do porte de Tóquio são silenciosas, como no trânsito, parques e praças ou dentro dos vagões do metrô. Isto porque, no comportamento dos japoneses destacam-se a reverência à natureza, aos ambientes e o respeito ao outro, elementos indissociáveis da sua identidade e espiritualidade. Como resultado, os prédios são utilizados apenas para moradia ou o trabalho e todo lazer acontece no espaço urbano, em parques e ambientes correlatos, já que a população não tem medo de sair às ruas.

No Brasil, face ao problema da violência urbana, Taiga propôs que se rompam pelo menos os muros internos dos condomínios, “os físicos e os sociais”, destacando que as pessoas mal se cumprimentam nas áreas comuns, ignorando principalmente os funcionários. Outro aspecto a ser mudado na cultura nacional é o fato “de o brasileiro esperar sempre que o outro resolva o seu problema”, disse. Como contraponto, a jornalista mostrou a coparticipação dos moradores de Tóquio no plantio da vegetação da ilha artificial de Odaiba, hoje um grande centro de entretenimento e lazer. Taiga Gomes é pós-graduada pela PUC do Rio de Janeiro, foi editora e apresentadora da Globo News.

Administrador Sérgio Craveiro

Já o administrador Sérgio Craveiro, presidente da Conasi (Confederação Nacional dos Síndicos), levou ao Encontro da Direcional o tema “Prestação de Contas e Previsão Orçamentária”. Um dos destaques foi o item fundo de reserva, que deve ter um teto de até seis vezes a arrecadação mensal e não ser lançado infinitamente, propôs Craveiro. Tampouco este fundo deve ser utilizado para cobrir despesas ordinárias ou férias e 13º para funcionários, acrescentou.

O administrador disse que esse e outros problemas são comuns ao planejamento financeiro do prédio, como a sobra excessiva de caixa. “O orçamento deve ser justo, bem pensado, não pode faltar nem haver sobras, tudo deve ser planejado dentro daquilo que o prédio efetivamente precisa, considerando as variações das taxas de consumo, dissídios de funcionários e despesas com manutenções obrigatórias, que devem ocorrer periodicamente (ligadas aos equipamentos de incêndio, limpeza de caixas d’água etc.)”, pontuou Craveiro. Já para as manutenções como fachada, sistema de impermeabilização, benfeitorias etc., ele recomendou que o condomínio realize o planejamento das necessidades futuras, considerando a legislação (como lei da pintura obrigatória da fachada a cada cinco anos em São Paulo) e o final da vida útil das instalações. Sérgio Craveiro atua no segmento condominial desde 1989 e é autor do livro “O Síndico Profissional. Novos rumos para a gestão de condomínios no Brasil” (2016).

Os impactos da 4ª revolução tecnológica

O especialista da área de tecnologia da segurança, Odirley Felício da Rocha

Para o especialista da área de tecnologia da segurança, Odirley Felício da Rocha, em meio aos desafios impostos pela sua organização financeira e pelo relacionamento entre as pessoas, os condomínios sentem também os impactos da 4ª revolução tecnológica vivida pela sociedade. Com 21 anos de experiência em tecnologia, Odirley abordou o tema “Condomínio 4.0 e o futuro na área da segurança”. Conforme expôs, cada momento de mudança nos padrões tecnológicos da sociedade refletiu sobre o condomínio, a exemplo das facilidades introduzidas pelos interfones a partir dos anos 60. Entretanto, o especialista disse que a evolução tecnológica atual tem representado uma ruptura mais radical, com soluções baseadas na automação, IOT (Internet das Coisas), Inteligência Artificial, robótica, energia sustentável, veículos elétricos, impressão em 3D, portaria remota e armários inteligentes para a entrega de encomendas e correspondências aos moradores.

Segundo Odirley, as transformações são inevitáveis e só resta aos síndicos e condôminos buscarem se adaptar a elas, pois acentuam as facilidades e trazem maior segurança. É o caso da automação no controle de acesso e de entregas a serem feitas por drones, já realidade em algumas cidades do Exterior. Citando o escritor e cientista britânico Arthur C. Clarke, que previu a “internet” (na verdade, a comunicação à distância em tempo real) em princípio dos anos 60, Odirley procurou quebrar resistências à tecnologia e observou que a adaptação demanda apenas “mudança de mentalidade e de hábito e abertura para o futuro”. Odirley é vice-presidente do SIESE-SC (Sindicato das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança do Estado de Santa Catarina) e referência em palestras sobre o tema no País.

Ao final das apresentações, os palestrantes responderam a perguntas feitas pelo público.

 

 

Fotos Paulo Mujano


Matéria publicada na edição – 251 – novembro-dezembro/2019 da Revista Direcional Condomínios

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