No artigo anterior “Inflação deve pressionar cotas condominiais“, abordamos o impacto da inflação sobre a execução orçamentária do condomínio em 2021. Falamos ainda de que forma isso poderá obrigar a uma mudança na postura de gestões que vinham mantendo a cota condominial estabilizada nos anos recentes.
É bem provável que os condomínios estejam, em sua maioria, repassando pelo menos o índice inflacionário (IPCA) sobre o valor do boleto, bem como renegociando contratos e revendo seus custos. Voltamos a este tópico, analisando os itens que mais gastam no condomínio e ações possíveis para a sua redução.
1º maior gasto: Mão de obra
A estratégia depende do perfil do condomínio, se possui ou não áreas de lazer, do estado da manutenção, da idade dos moradores etc. Estes às vezes preferem funcionários próprios, pela comodidade. Mas a portaria virtual pode ser uma alternativa de redução de custos e a terceirização um facilitador de gestão (com riscos trabalhistas menores, substituição de férias mais imediata etc.).
2º maior gasto: Tarifas públicas (água, energia e gás)
O consumo de água no Brasil é muito elevado, é algo cultural, difícil de ser trabalhado. Mas é possível economizar. Na crise hídrica de 2014/2015 reduzimos em até 30% o consumo, que depois voltou aos patamares anteriores. Também é preciso cuidar da manutenção hidráulica nos prédios mais antigos. Nos modernos, a tecnologia e o sistema evoluíram muito e favorecem a individualização e a manutenção.
Na energia, conseguimos diminuir o consumo com a instalação de lâmpadas LED, bombas novas (mais eficientes) e a modernização dos elevadores. Se economizarmos água, vamos diminuir o tempo de funcionamento das bombas e o consumo de energia. De qualquer maneira, o custo da tarifa hoje é expressivo e vai impactar no orçamento. Já no gás, podemos utilizar novas tecnologias, como investir no trocador de calor para o aquecimento da água da piscina. Aqui temos uma experiência de queda de 75% no consumo de energia, um investimento se pagou em seis meses.
3º maior gasto: Contratos de manutenção
É o caso de elevadores, bombas, gerador, jardins etc. Vejo aqui um potencial maior de racionalizar custos do que nas tarifas públicas (exceção da água, pela diminuição do consumo), pois é possível negociar com as empresas, otimizar.
Demais gastos: Itens de consumo
Há um enorme potencial na redução de custos com material de limpeza, de mais qualidade e com preço menor, e do seu próprio consumo. É um absurdo o que se gasta o tempo todo no serviço de limpeza e conservação das instalações do prédio. É preciso que o zelador ou o supervisor da limpeza orientem a dosagem correta dos produtos, como usar flanelas, pano de chão, além da conservação dos equipamentos, como vassouras etc. O desafio é enorme, mas é possível reduzir em 30% os gastos com esses materiais.
Matéria complementar da edição – 271 – set/2021 da Revista Direcional Condomínios
Não reproduza o conteúdo sem autorização do Grupo Direcional. Este site está protegido pela Lei de Direitos Autorais. (Lei 9610 de 19/02/1998), sua reprodução total ou parcial é proibida nos termos da Lei.