Locação de lajes para antenas: Advogados orientam síndicos

A locação de lajes para instalação de antenas de telecomunicações nos condomínios permanece “como uma das questões mais polêmicas” do segmento, avalia o advogado Paulo Henrique Bom, diretor jurídico da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo). Paulo Bom é especialista em Direito Imobiliário e Direito Processual Civil, além de integrar a Comissão de Direito Condominial da OAB-SP. A seguir, principais trechos de uma entrevista concedida à revista Direcional Condomínios. (Leia a íntegra desta entrevista no site da revista, bem como da advogada Luciana Lozich).

Perguntas em aberto

“Embora não haja até hoje um estudo conclusivo sobre a prejudicialidade das emissões das antenas e Estações de Rádio Base para a saúde, muitas dúvidas e desconfianças pairam sobre o tema. É bem verdade que, às vezes, um edifício deixa de fazer a locação em sua laje, mas o condomínio ao lado acaba alugando a sua; o primeiro se vê então obrigado a conviver com a antena ao seu lado e sem a renda da locação.”

Cessão do espaço

“De forma geral, quando o assunto é condomínio, nunca se pode renunciar à assessoria de uma administradora e da análise técnica de um advogado. É o caso da locação do topo do prédio para as antenas. A laje é uma área comum, portanto, é preciso aprovar este uso em assembleia. A questão do quórum está longe de ser pacífica, mas defendemos sua aprovação por quórum de 2/3 dos condôminos [OBS.: Decisão do TJ-SP, de fevereiro de 2021, estabeleceu a necessidade do quórum qualificado de 2/3 para esses casos]. Por óbvio, há também de se levar em conta o que será instalado e a forma de exploração a ser feita pela empresa de telecomunicações, definindo-se quais serão os equipamentos instalados e suas quantidades.”

Contratos

“Superada a questão da aprovação assemblear, é importantíssimo que se faça constar no contrato de locação a obrigatoriedade de cumprimento, pela empresa locatária, de toda a legislação pertinente, normas da ABNT e de segurança, ressaltando aqui as normas estruturais e licenças específicas, bem como a responsabilidade por arcar com eventuais multas e penalidades que acaso der causa. Em geral, as empresas que locam esses espaços já providenciam autorização da Prefeitura, da Anatel e Laudo Radiométrico, além da ART com Laudo de Instalação, mas é sempre bom exigir isso contratualmente. Por sua vez, o condomínio deverá estar em dia com o seu AVCB (ou AVS, conforme o perfil da edificação) e o laudo de para-raios.”

Cuidados com a segurança

“Quanto aos equipamentos a serem instalados, frisamos aqui o especial cuidado em detalhar a área a ser ocupada, o peso desses, se serão metros lineares ou metros quadrados. Isso evita que uma locação que se imaginava ser, por exemplo, de 10 metros lineares de equipamentos, acabe tomando todo o topo do prédio, sem a devida autorização e sem a entrega de um laudo ou estudo estrutural. É importante também acordar como será feita a manutenção da laje e da própria antena pelos funcionários da locatária. O contrato de locação deve trazer a forma e as condições de ingresso dos técnicos. Aconselho aqui que sejam pessoas previamente autorizadas, em horários pré-estabelecidos e/ou mediante agendamento prévio. Por fim, é preciso salientar as responsabilidades em caso de danos por eles causados, além da observação das normas trabalhistas e de segurança do trabalho.”


Matéria publicada na edição – 269 – julho/2021 da Revista Direcional Condomínios

Não reproduza o conteúdo sem autorização do Grupo Direcional. Este site está protegido pela Lei de Direitos Autorais. (Lei 9610 de 19/02/1998), sua reprodução total ou parcial é proibida nos termos da Lei.

Autor

  • Diego

    Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry. Lorem Ipsum has been the industry's standard dummy text ever since the 1500s, when an unknown printer took a galley of type and scrambled it to make a type specimen book. It has survived not only five centuries, but also the leap into electronic typesetting, remaining essentially unchanged. It was popularised in the 1960s with the release of Letraset sheets containing Lorem Ipsum passages, and more recently with desktop publishing