Inadequações em bombas de recalque, drenagem e reúso são comuns nas edificações.

Reportagem com o Eng. Civil Edmarcio Costa Borges

O engenheiro eletricista Edmarcio Costa Borges acaba de concluir um trabalho de adequação das instalações elétricas da bomba d’água de reúso, a qual serve também ao descarte, em um residencial localizado no Jacanã, zona Norte de São Paulo. Em vistoria realizada no começo do ano no prédio foi encontrado um quadro elétrico “muito antigo”, com instalações precárias.

O engenheiro assim descreve a situação na época, bem como as soluções adotadas:

– “A proteção geral do quadro e das duas bombas era feita por chave-fusível, que protege apenas contra sobrecorrente. O novo quadro executado possui disjuntores termomagnéticos que protegem de forma mais eficiente a sobrecorrente e sobretensão”;

– “Alguns disjuntores eram padrão NEMA e os novos são padrão DIN. O padrão NEMA segue a norma americana RTQ, enquanto o DIN atende à europeia. A NBR 60898:2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que o Brasil segue, é praticamente cópia da europeia”;

– “O quadro não possuía qualquer tipo de proteção a contato físico com seus barramentos. Do jeito que estava, deveria ao menos ter um acrílico protegendo os barramentos contra toques acidentais”;

– “Tinham sido usadas cores erradas na fiação. O azul claro é reservado para neutro e estava sendo utilizado para fase”;

– “A conexão entre os barramentos e os disjuntores estava com cabos fora de norma”;

– “Os circuitos se encontravam sem identificação”;

– Havia emendas de cabos fora da norma e um cabo de uma cor sendo emendado com outro de cor diferente”; e,

– “Também identificamos dimensionamento incorreto dos cabos”.

Além do quadro de automação, toda a infraestrutura foi refeita, incluindo “instalação de chave-boia de nível no reservatório de reúso superior e no poço de captação, de forma que a bomba só opere quando o poço estiver com água e o reservatório abaixo do nível. Ou quando o reservatório estiver cheio e o poço estiver acima do limite”, situação em que “a bomba expulsará o excesso d’água”. O escopo dos serviços necessários (muitos outros além desses descritos) foi acompanhado de laudo fotográfico e emissão de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).

Edmarcio C. Borges comenta que o síndico ou usuário deve procurar uma manutenção mais incisiva ou mesmo a modernização quando perceber anomalias, como, por exemplo, quando o poço está cheio e os reservatórios vazios. “Também é importante fazer o revezamento entre as bombas, mas tenho verificado muito comando manual, é preciso automatizar a alternância entre elas”, afirma o engenheiro.

Por fim, a automação e modernização significam trabalhar sobre todo o sistema. Além das bombas propriamente ditas, é indispensável refazer o quadro elétrico, trocando e atualizando os disjuntores para uma nova potência da bomba; verificar a operação das boias; e adequar o cabeamento, considerando-se até mesmo a distância entre o centro de medição e o quadro. “Quanto maior essa distância, maior deverá ser a bitola do fio. Lembro ainda aos síndicos a necessidade de se distribuir mais pontos de energia nos subsolos e na própria casa de bombas, de maneira a facilitar a manutenção.” O engenheiro ressalta, nesse sentido, que as tomadas deverão seguir a norma em termos de proteção e segurança para áreas molhadas.

Adequação das instalações elétricas da bomba d’água de reúso e descarte em condomínio da zona Norte de São Paulo (À esq., antes dos trabalhos; à dir., novo quadro elétrico)

BOMBA DE INCÊNDIO EXIGE MUDANÇAS NA PARTE ELÉTRICA

Exigência dos bombeiros, a instalação de bomba de incêndio nos prédios não tem sido acompanhada da adequação correspondente dos quadros elétricos, alertam o engenheiro eletricista Edson Martinho, diretor executivo da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), e o consultor Carlos Alberto dos Santos. Segundo Martinho, é preciso verificar, principalmente, se as instalações comportam a carga da bomba, se a bitola dos fios está adequada e se há proteções. “A bomba de incêndio impõe uma carga relativamente elevada aos prédios, especialmente aos mais altos”, explica o engenheiro. Carlos Alberto dos Santos lembra, por sua vez, a necessidade de fazer o enclausuramento da bomba, protegendo-a contra o fogo.

Matéria publicada na edição – 223 de maio/2017 da Revista Direcional Condomínios

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Autor

  • Diego

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