As bombas de recalque, que abastecem os reservatórios superiores dos prédios e, dependendo da altura da edificação, bombas de pressurização da água dos andares superiores, são indispensáveis ao conforto diário dos condôminos.
Já as bombas de incêndio respondem pela segurança (elas são exigidas pelo Corpo de Bombeiros também conforme a altura do prédio), enquanto as de água servida (de lavatórios e chuveiros, subsolos), esgoto e drenagem cuidam do saneamento da edificação. Há condomínios que possuem ainda bombas de piscinas, fontes, de água de reuso etc. Cada tipo demanda um programa de manutenção, notadamente as de recalque, afirma o engenheiro Sérgio de Almeida Teixeira Leite.
“A maioria nem imagina que a água da torneira passa pelas bombas, só vai lembrar quando falta”, observa. Atuando no setor há quase quatro décadas, Sérgio de Almeida é engenheiro industrial mecânico e mecatrônico e, em entrevista à Direcional Condomínios, deixa algumas dicas aos síndicos sobre as bombas de recalque:
– Manutenção, reforma ou troca?
“Uma bomba bem dimensionada pode durar de 10 a 50 anos. A questão é encontrar as peças que desgastam com o tempo, como os discos rotores, responsáveis por mandar a água para cima. Mas compensa retificar uma bomba antiga caso o custo não seja 60% superior ao da aquisição de uma nova, já que a instalação desta exigirá adquirir e modificar as conexões. Os motores das novas são mais eficientes, no entanto, a potência deverá ser a mesma para não se alterar o quadro de comando.”
– Bomba reserva, sem uso, não pode!
“Mas comprar uma bomba nova para deixar de reserva, sem uso, é bobagem. Ela resseca, oxida, sofre com a umidade etc. Por mais que se guarde bem o equipamento, ele estará sujeito à umidade e variação da temperatura, que geram uma oxidação superficial que até poderá colar os seus componentes. Caso duas bombas não deem conta das necessidades do prédio, instale uma terceira para fazer parte do revezamento, mas não a deixe de backup sem uso.”
– Cuidado com a potência da bomba
“É um grave erro achar que quanto maior a potência da bomba, melhor. Uma potência acima da necessidade do prédio fará com que ela trabalhe abaixo de sua capacidade mínima, ‘fora de faixa’, o que sobrecarregará o motor e poderá queimá-lo. Já uma bomba com potência insuficiente (‘de furadeira’) não conseguirá mandar a água para o reservatório ou atender à demanda. O dimensionamento correto de uma bomba deve considerar pressão, vazão e o consumo do condomínio.”
Quanto à operação diária desses equipamentos, Sergio recomenda que o revezamento automático seja programado eletronicamente para períodos de doze horas, de forma que se uma dessas bombas quebrar e parar, a outra entrará em operação normalmente no horário estimado, evitando que o prédio fique sem água
Matéria publicada na edição – 267 – mai/2021 da Revista Direcional Condomínios
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