Em entrevista à revista Direcional Condomínios, o profissional da área de elevadores, Max Santos, que foi presidente do Seciesp (Sindicato das Empresas de Elevadores do Estado de São Paulo) entre anos de 2002 e 2007, disse, há algum tempo atrás, que a maior parte desses equipamentos em operação no Brasil foi construída e instalada com base em normas técnicas “hoje canceladas e substituídas”. Portanto, as edificações com mais de vinte anos precisam em algum momento investir na modernização parcial ou total dos seus componentes.
As principais normas técnicas que atualmente orientam a manutenção e modernização dos elevadores são a ABNT NBR 16.083/2012 (Instruções de manutenção e reparos ou trocas que pelos desgastes, entre outros requisitos); a ABNT NBR 15.597/2010 (Requisitos de construção, instalação e melhoria da segurança); e ABNT NBR NM 207/1999 (Requisitos de construção e instalação).
Na prática, de que forma o condomínio sente a necessidade da modernização? Segundo Max Santos, a percepção ocorre quando há necessidade constante de troca de peças (em função do desgaste e/ou final da vida útil), pelas paradas sucessivas, o gasto excessivo de energia, trancos e desnivelamentos recorrentes, entre outros.
No Condomínio Dória de Barros, o síndico profissional Aldo Busuletti espera que ao final da modernização total dos dois elevadores o gasto de energia vá cair substancialmente. Construído há 72 anos com 22 unidades, o Dória de Barros passa por amplo processo de recuperação estrutural e, no caso dos elevadores, a intervenção é radical, com eliminação da casa de máquinas e do sistema de cabos de aço. O prédio está substituindo todo o maquinário e estrutura, com compartimentação física do poço, que era único para ambos os equipamentos. Além disso, na parte do elevador social o poço está sendo aprofundado para adequação às normas. Os trabalhos começaram no final do ano passado e devem estar concluídos até o início de 2021.
Segunda modernização
Cabina de um dos elevadores sociais do Edifício Imperator. Layout tem cerca de 15 anos, permanecerá no processo de modernização dos três elevadores do prédio. As cabinas terão troca de botoeiras, de portas e receberão guarda-corpo
Prédio construído em 1953, o Condomínio Edifício Imperator também promove a modernização dos elevadores, serviços iniciados em maio passado. É a segunda modernização dos seus três veículos, processo que deverá estar concluído igualmente no início de 2021, estima o síndico profissional Luiz Leitão da Cunha. “A troca será ampla, ficará apenas o layout da cabina, que já havia sido alterada há cerca de 15 anos”, afirma. Conforme o projeto em curso, apenas as botoeiras e portas das cabinas serão substituídas. Elas ganharão ainda guarda-corpos.
A modernização envolve a instalação de novas máquinas de tração e de todo o seu conjunto correspondente; novos quadros de comando, processadores e demais componentes; botoeiras de pavimento; sinalizações; trincos de porta; limitadores de velocidade; cabos de aço; iluminação de passadiço; protetores de polia; escadas marinheiro no poço; quadro de força metálico com proteção contra surto, entre outros. O condomínio contratou à parte outra adequação indispensável: O aterramento exclusivo para os elevadores, serviço já executado por R$ 7 mil.
O objetivo da modernização é proporcionar mais segurança e conforto aos usuários. Também do ponto de vista da segurança do passageiro e dentro da abordagem da matéria da pág. 22, uma chave de emergência de acionamento exclusivo pelo Corpo de Bombeiros fará o elevador retornar ao andar pré-determinado caso haja alguma ocorrência com usuário preso na cabina. Os serviços foram orçados em R$ 356 mil e estão sendo pagos em 13 parcelas.
Cuidado com a higienização dos elevadores
Na pandemia do novo Coronavírus, os elevadores têm sido considerados um dos ambientes mais propícios ao contágio do patógeno dentro dos condomínios (as cabinas constituem ambientes fechados e há necessidade de toque físico para o acionamento desses equipamentos). O Seciesp e a Abeel (Associação Brasileira das Empresas de Elevadores) lançaram orientações, no início da pandemia no País, de medidas preventivas, como a limitação do número de passageiros por viagem e a higienização da cabina a cada duas horas. No entanto, as entidades advertiram contra a aplicação direta de produtos de limpeza sobre botões, visores, indicadores de posição, subteto etc., que poderiam danificar as peças. Também contraindicaram o uso de abrasivos e esponjas de aço. Olga Antunes, profissional que atua há anos no setor, recomenda o uso de uma capa de proteção sobre os componentes das botoeiras das cabinas e pavimentos. “Muitos condomínios e usuários têm lançado jatos de álcool sobre os botões, o que pode causar danos aos circuitos eletrônicos”, justifica Olga.
Matéria publicada na edição – 259 – agosto/2020 da Revista Direcional Condomínios
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