Prédios novos ou antigos querem melhorar funcionalidade e acabamento dos pisos de garagem

Em condomínio de padrão elevado, localizado no bairro do Itaim Bibi, na zona Sul de São Paulo, os coproprietários investiram no acabamento em epóxi dos três níveis de subsolo de garagem pouco tempo depois de receberem os imóveis.

Garagem

Com cerca de 200 vagas “escrituradas e definitivas”, eles decidiram substituir a superfície original em cimento queimado por essa pintura, face ao seu melhor resultado estético. “Os condôminos deliberaram em assembleia investir em um epóxi autonivelante, de alto desempenho, como o do Aeroporto de Congonhas, pois queriam que a garagem acompanhasse o padrão do residencial”, afirma a síndica profissional Vanessa Munis. Os 48 apartamentos locais possuem de 200 a 344 m2 e têm valor de mercado estimado em R$ 4 milhões (o menor).

Além do ganho estético, o epóxi facilita a manutenção e proporciona economia de energia pelo fato de não precisar ser lavado, pontua a síndica. Após três anos de conclusão dos serviços, a superfície se mantém íntegra, “sem problemas de bolhas ou descascamentos”. De acordo com Vanessa Munis, o substrato foi regularizado para receber a aplicação da solução.

Alerta

Para o síndico profissional Aldo Busuletti, essa é uma condição indispensável para quem quer ter um bom resultado com o epóxi na garagem. “Precisa tratar suas trincas, lixar, homogeneizar e passar um polímero para segurar a tinta. Muitas vezes há necessidade de quebrar a proteção mecânica original do piso e refazer o sistema”, orienta. Segundo ele, em condomínio situado na Avenida Braz Leme, na zona Norte de São Paulo, os moradores decidiram pela aplicação do epóxi sem tratamento prévio, o que gerou problemas. “Eles já estão em sua terceira tentativa de pintar com epóxi, mas a película acaba se soltando”, alerta Aldo. Uma das alternativas aos síndicos é propor ao condomínio finalizar o piso da garagem com cimento queimado, “pois este apresenta uma boa relação custo e benefício e dura bastante, desde que executado por bons profissionais”, arremata.

Engenheiro comenta sobre as alternativas de pisos

Piso de garagem

Condomínios novos têm sido entregues com acabamento rústico nas superfícies de garagem

“Não existe piso ruim quando ele é bem executado”, afirma o engenheiro civil Gustavo Maluf Cury. A lição básica para a instalação de revestimentos em garagem, cobertas ou descobertas, pressupõe “corrigir o substrato, deixá-lo liso, homogêneo”. Por exemplo, se um acabamento em epóxi apresentar bolhas ou descolamento da tinta junto dos pneus dos veículos, é porque “provavelmente sua base está ruim”. Claro que, no momento da aplicação do epóxi, o prestador de serviços deve considerar ainda a diluição correta do produto e o uso de rolo específico, conforme as especificações do fabricante. Ou seja, o condomínio que pretende ter uma garagem no padrão de aeroportos e shopping centers, não pode economizar nos três requisitos acima. É sempre importante lembrar, também, que esta solução é indicada para ambientes internos (cobertos).

O engenheiro observa que existem alternativas de tintas com preço mais acessível. “Mas não é a chamada tinta piso”, ressalva. Gustavo Cury cita as chamadas tintas de demarcação viária, opção que vem sendo testada em alguns prédios. “Na versão fosca, é preciso aplicar uma resina protetora por cima, caso contrário, a superfície poderá ficar com a marca dos pneus.”

Quanto ao cimento queimado, o engenheiro destaca que, quando trabalhado de maneira correta, “fica com aspecto liso, principalmente se receber uma resina que lhe dê brilho”. O cimento queimado pode ser contratado para estacionamentos internos ou externos, assim como a instalação de porcelanatos e pisos cerâmicos “de PI elevado”. Para garagens externas (descobertas), surgem demais opções, como pedras rústicas (entre elas, a miracema) e os bloquetes de concreto ou cimento. Aqui, entretanto, cabe uma ressalva: “Por serem pisos drenantes, deverão ser instalados apenas em áreas de aterro, nunca sobre lajes.”

Rampa de garagem

RAMPAS DE GARAGEM – No condomínio do Itaim Bibi, administrado pela síndica Vanessa Munis, a rampa da garagem foi reformada. No lugar do ladrilho hidráulico, que apresentava peças soltas e de difícil reposição, foi executado acabamento em alvenaria no padrão espinha de peixe. “Este exige menos manutenção e dá maior aderência aos veículos”, compara Vanessa.


PROTEÇÃO CONTRA DANOS

PROTEÇÃO CONTRA DANOS – Cantoneiras, protetores laterais e de para-choques, limitadores de vaga, linhas demarcatórias e lombadas compõem hoje o visual de boa parte das garagens nos condomínios residenciais e comerciais. Outro ponto comum é a iluminação com lâmpadas LED já em uma segunda ou terceira geração, que contribuem para baixar os custos do prédio, com o menor consumo de energia e a maior durabilidade desses componentes


Matéria publicada na edição – 254 – março/2020 da Revista Direcional Condomínios

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