Paisagismo no condomínio: diversidade e adequação de espécies determinam sucesso do projeto

Um bom projeto de paisagismo articula cores e volumes diferenciados em relação às diversas espécies de vegetação, além de combinar o plantio de árvore, gramínea, flores e trepadeiras dos tipos mais adequados para cada ambiente. O fato é que o paisagismo deve viabilizar o desenvolvimento das espécies com harmonia, mobilizando todos os sentidos do homem, com bem-estar e conforto, recomenda a arquiteta Carla Moraes, especialista na área. De outro modo, ele não pode trazer problemas extras aos síndicos, como danos ao sistema de impermeabilização. 
Além de desenvolver projetos, Carla trabalha também com manutenção, tema que será abordado logo a seguir. No final deste texto, a arquiteta e paisagista orienta síndicos e condôminos quanto às espécies apropriadas para jardineiras suspensas, jardineiras no solo, áreas com sombra ou meia sombra, entre outras.

Manutenção dos jardins

Segundo Carla Moraes, os síndicos devem providenciar uma análise do solo nas áreas de jardins a cada cinco anos, para que os nutrientes e o pH sejam mantidos em equilíbrio. Após a análise, entram as correções necessárias, permitindo “o bom desenvolvimento das espécies implantadas no local”.

Depois vem a correção necessária do solo e a escolha da vegetação. A especialista esclarece que jardineiras sobre lajes requerem, por exemplo, cuidado redobrado. “Não são adequadas espécies de grande porte para que não haja sobrecarga. As palmeiras também devem ser cuidadosamente escolhidas. Outro ponto importante é o tipo de raiz das espécies selecionadas. Brassaias, Schefleras e Ficus não são adequadas, pois suas raízes geram, com o tempo, problemas tanto na manta de impermeabilização como no sistema de drenagem.”

Assim, se o projeto estiver inadequado e o condomínio optar pela reforma, o passo inicial será justamente promover a correção do solo, após sua análise. Em seguida, escolher as melhores espécies para aquele ambiente, de acordo com a expansão da área e o tipo de insolação. “Após o término do plantio, deve-se contratar um serviço de manutenção para os cuidados permanentes de um jardim, ou seja, regas, adubação periódica e reposição de vegetação, quando necessário”, ressalta Carla.

A paisagista explica que há espécies perenes, que dispensam reposições frequentes, mas existem também as sazonais, que mudam esse quadro. “Este é um item muito importante quando da escolha das espécies para um jardim, pois geram custos maiores em sua manutenção”, destaca.

Em relação às regas, os locais ensolarados pedem água diariamente até que a vegetação esteja enraizada, exceto em dias chuvosos. Com a planta consolidada, a rega deverá ser feita de três a quatro vezes na semana. Já a adubação deverá acontecer de acordo com os resultados da análise do solo. E as podas de limpeza irão variar conforme o comportamento da espécie escolhida. “Em época de chuva elas deverão ser feitas mensalmente, assim como o corte de grama, precedido da retirada de ervas daninhas”, orienta Carla.   

Finalmente, a especialista ressalta que “a riqueza de um projeto está na sutileza desta mistura sem gerar poluição visual, mas é muito interessante o trabalho que se pode realizar despertando os sentidos através da vegetação. A visão através de cores e formas; o olfato através do aroma das flores; e a audição através de pássaros e borboletas, que são atraídos pelas flores e frutas”, arremata Carla Moraes.

PAISAGISMO NO CONDOMÍNIO – DÚVIDAS MAIS COMUNS

1 Para jardineiras externas, de fachadas, quais as espécies mais indicadas?
Jasmim amarelo, Russélia ou Gerânio pendente. Se a jardineira estiver na área da cozinha ou de serviço, poderá receber temperos.

2 Trepadeiras devem ser utilizadas em fachadas ou como muros verdes?
Em fachadas precisamos analisar a situação, mas em muros verdes são totalmente adequadas.

3 Para jardineiras internas, instaladas abaixo de marquises, por exemplo, quais as espécies mais indicadas?
Depende da insolação, sombra ou meia sombra. Para meia sombra, recomendo Lírio da Paz e Antúrios, por exemplo. Já para sombra, Filodendros em geral.

4 Para áreas no solo, mas em espaços do imóvel que pegam pouco sol, quais as espécies indicadas?
Forrações e arbustos para sombra ou meia sombra, como citados no item anterior. Nos canteiros, os cuidados devem recair sobre “as misturas”, evitando plantar na sombra vegetações que gostam de sol e vice-versa.

5 Para árvores frutíferas e frondosas, deve ser respeitado espaço em seu entorno para que o crescimento não seja comprometido?
Sim. Sempre devemos respeitar o espaçamento de plantio adequado para cada espécie. Devemos considerar sempre seu porte adulto.

6 Podemos plantar gramíneas abaixo de árvores frondosas, que façam sombras?
Com o tempo, as gramíneas ficam ralas pela falta do sol. Para pisoteio temos como alternativa os pedriscos ou cascas de árvores. Se não houver pisoteio, podemos utilizar forrações como grama preta ou Maria Sem-Vergonha (no caso de flor).

7 Como combater ervas daninhas, com produto químico ou com manejo do jardineiro?
A retirada frequente de ervas daninhas faz parte do serviço de manutenção, para que as mesmas não contaminem o canteiro. O uso de química somente é recomendado em casos onde a praga saiu do controle.

8 Um jardim ideal deve combinar árvore frondosa, de porte, com flores mais rasteiras e gramíneas? Existe algum “modelo” básico?
Um paisagismo bem planejado visa ter cores e volumes para enriquecer a paisagem e trabalhar com os sentidos humanos da melhor forma possível. Ou seja, texturas, volumes, cores e formas bem harmonizadas geram um paisagismo agradável ao usuário.

Fonte: Carla Moraes*

*Carla Moraes é arquiteta formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo e atua desde 1996 com escritório próprio, através do qual desenvolve projetos paisagísticos (e em alguns casos de manutenção) para clientes residenciais, corporativos (shoppings e hotéis) e também comércio.
Mais informações: carlamoraes_arq@terra.com.br

Matéria complementar da edição – 184 de out/2013 da Revista Direcional Condomínios

Autor

  • Diego

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