A serralheria acompanha o condomínio vida afora; na manutenção e também nas transformações de tempos modernos, com portaria remota e muro de vidro.
O síndico profissional Ricardo Melo relata que a portaria remota exige adaptações; no detalhe, passa-pizzas instalado no portão principal
Gestor de um residencial com 30 anos em Higienópolis, área central de São Paulo, Ricardo Melo relata ter sido necessário contratar serviços de serralheria para ajustes devido à implantação de portaria remota, cinco meses atrás. “Quando se adere à portaria remota, a própria empresa cuida de adaptar os portões para instalação do leitor facial, por exemplo, mas há adaptações que o condomínio precisa resolver”, conta o síndico profissional. Foi o caso da transferência do passa-pizzas do portão da eclusa para o portão da rua. Isto porque na época da portaria física, a entrega e a cobrança aconteciam dentro da clausura. Na dinâmica atual, o entregador não entra mais na clausura, e o morador faz a sua retirada pelo lado de dentro do portão principal.
Na edificação de uma torre e 48 unidades, foi colocada uma grade de ferro na janela basculante do vestiário dos funcionários para reforçar a segurança. Em breve, o condomínio irá começar novas obras de serralheria, orçadas em cerca de R$ 125 mil, que incluem a instalação de um segundo portão tanto na entrada quanto na saída de veículos, e troca do gradil do perímetro. Este dará vez a um muro de vidro com estrutura metálica na cor preta, a mesma das janelas. “O condomínio vai ficar moderno e seguro. Os moradores aprovaram porque valoriza o patrimônio”, diz o síndico.
O engenheiro Bruno Giachini observa que a serralheria marca presença na segurança patrimonial do condomínio, em portões, por exemplo, e também na segurança física dos condôminos, em elementos como corrimãos
Bruno Giachini, engenheiro especializado em assessoria e gerenciamento de obras em condomínios, constata que muros de vidro são tendência. “Esteticamente, o ambiente aberto é mais agradável se comparado às grandes estruturas de metal ou ‘muralhas’ de alvenaria, e do ponto de vista da segurança, os fechamentos com vidro entregam um maior campo de visão, melhorando o alcance da iluminação e das câmeras de vigilância”, avalia. A altura ideal dependerá do emprego de elementos como concertinas, cerca eletrificada, sensores de presença, vegetação e do tipo de peças metálicas que unirão as folhas de vidro, sendo o modelo spider um dos mais conhecidos. “O ideal é contratar um consultor em segurança, que após a análise de vulnerabilidade irá propor a altura mais adequada para o muro”.
Segurança e modernização
Além do fechamento perimetral, o serviço dos serralheiros é vital na segurança contra invasões, em especial nos portões de pedestres e veículos. “Cada vez se torna mais relevante os intertravamentos e a velocidade de abertura e fechamento dos portões”, reconhece o engenheiro. Ele menciona que também está em alta a criação de espaços apropriados para entregas, como o passa-volumes em local que não comprometa a integridade física de quem fará o recebimento; bem como a proteção metálica de hidrômetros, alvos de furto hoje em dia.
No quesito segurança dos condôminos, peças construídas com ferro, alumínio ou inox são imprescindíveis para evitar quedas, tais como corrimãos e guarda-corpos das sacadas, varandas e coberturas dos prédios. Em condomínios com piscina, tem de haver o guarda-corpo perimetral. “O acesso não pode ficar desimpedido, principalmente devido ao risco de crianças desacompanhadas neste ambiente”, pontua Bruno.
No retrofit e na modernização de condomínios, a empregabilidade de metais é expressiva. “Na modernização de fachada usamos também outros serviços, mas a maior demanda é pelos de serralheria na troca de janelas e guarda-corpos”. Ele observa que a serralheria é procurada para dar suporte ao envidraçamento de sacadas, mas que este tipo de fechamento se estendeu para churrasqueiras, espaço pet e infantil. “Porém, antes de fechar essas áreas com vidro e metal, o condomínio precisa avaliar a legalidade e possibilidade junto à Prefeitura”, orienta o engenheiro.
Matéria publicada na edição – 281 – ago/2022 da Revista Direcional Condomínios
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