Blindagem de guarita

Com o aumento da violência, cresce cada vez mais o número de condomínios que investem em segurança. O alvo dos criminosos, na maior parte dos casos, é a guarita. Blindar o local, portanto, é indicada para garantir a segurança de todos.

A Blindare é uma das empresas que trabalha com blindagem de guarita. O proprietário, Rafael Sandrini, acredita que esse serviço é importante para preservar o patrimônio e, principalmente, a vida do porteiro. “Com uma guarita blindada, o porteiro tem mais alguns instantes para tomar atitudes como acionar o botão de pânico e se comunicar com a empresa de segurança”, diz. Sandrini ressalta que cresceu muito a procura pela blindagem. “Hoje, 75% dos nossos clientes são condomínios. Isso porque houve um aumento da criminalidade e o custo da blindagem diminuiu. Está muito mais acessível. O serviço não fica restrito apenas a prédios de alto padrão”, analisa, comparando com a blindagem de veículos: “Esse tipo de blindagem está ligado à classe AA, com carros de luxo. Mas, os síndicos e administradores de condomínios estão descobrindo que blindar a guarita não tem um custo tão alto quanto blindar um veículo.”

A blindagem deve ser feita na porta, nos vidros laterais da guarita, no sistema de ventilação, etc. De acordo com a norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR 15000, há níveis de blindagem. O nível 1 protege, por exemplo, contra projéteis de revólver 38, enquanto o 2 é indicado para pistola Magnum 357 e pistola 9 mm. Já o nível 3A serve para disparos de armas Magnum 44 e submetralhadora 9 mm e o nível 3 é apropriado para armas como fuzis, K47, AR 15. Rafael Sandrini explica: “O nível mais utilizado para guaritas é o 3A, que protege contra disparos da maior parte das armas. Como o nível 2 tem um custo muito próximo ao 3A, os condomínios escolhem o 3A.” Segundo ele, a Blindare conta com o certificado do Exército para realizar a blindagem. “Nossos vidros são testados de acordo com a norma. Fazemos cinco disparos em cada corpo de prova. Nossos fornecedores também têm o certificado”, garante.

Desde 2001 na área de blindagem de guarita, a Ima Glass é outra empresa especializada. O diretor técnico, Marcelo Rohden, afirma que os síndicos devem se preocupar, principalmente, com dois aspectos: “Em primeiro lugar, a porta da guarita também deve estar blindada. Muitos querem economizar mas, sem a porta protegida, continuam correndo riscos. Isso porque a maior parte das rendições acontece por essa entrada. Em segundo lugar, muitos condomínios optam pelos serviços de serralherias para blindar a guarita. No entanto, os acabamentos são de baixa qualidade.” E aponta: “Hoje, o diferencial é a blindagem arquitetônica, que conserva as características do prédio, o estilo e as cores”, diz ele, completando que a empresa, também fabricante de vidros, além de fazer adaptações, também constrói guaritas. Rohden alerta: “Os síndicos devem estar atentos aos contratos, pois algumas empresas colocam determinado nível de proteção dos vidros, mas usam a norma americana, que é diferente da brasileira. O nível 3 dos Estados Unidos é equivalente ao nível 2 do Brasil.”

A ECM Blindagem tem nove anos de mercado. O proprietário, Edson Carlos Moraes, lembra que, hoje, algumas construtoras fazem o projeto do prédio com a guarita blindada para valorizar o imóvel. Segundo ele, é necessário que o vidro tenha a película anti-estilhaço. “Essa película protege o vigilante de qualquer fragmento de vidro que possa atingi-lo em casos de disparos”, explica. Para Moraes, quando se fala em blindagem, não se pode apenas pensar nos vidros. “Também deve-se colocar chapas de aço nas paredes. Caso ocorra um tiroteio, a alvenaria não é segura. Além disso, é importante contar com porta-volumes, para evitar o contato do porteiro com prestadores de serviços ou entregadores”, acrescenta. 

Já a Seg Lock, empresa há dois anos no ramo de blindagem, considera que, em guaritas, um fator que pode causar reclamações é a falta de ventilação, principalmente se o local tiver um tamanho pequeno. A Seg Lock faz um sistema de ventilação com persiana blindada, utilizando-se de um tipo especial de esquadria em que há uma abertura na guarita, mas não permite a passagem de balas de armas, assegura a empresa. Quando o condomínio solicita a blindagem, a empresa realiza uma avaliação antes do serviço, analisa a guarita, observa se há necessidade de mais uma porta, o ponto de visão do bandido, os acessos, etc. A Seg Lock conta com a autorização da CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) e seus fornecedores de vidro são certificados pelo Exército, testados em espessura e qualidade. Oferece ainda garantia de três anos, mas se um tiro atingir o vidro, o condomínio paga novamente para a instalação do material. A garantia refere-se a problemas como infiltrações, por exemplo.

A Ace Brazil, há cinco anos no mercado, além de ser especializada em blindagem arquitetônica, também comercializa película de segurança. Feitas em poliéster tratado com ácido corona de alta qualidade (PET), essas camadas são colocadas na parte interna dos vidros. O responsável pelo departamento comercial da Ace Brazil, Marco Cueto, explica as vantagens da aplicação: “A película evita que ocorra o estilhaçamento em casos de disparos. Também tem um baixo custo e pode ser instalada em qualquer guarita. Às vezes, são necessários pequenos ajustes.” A Ace Brazil também produz o próprio vidro blindado. “Trabalhamos com uma composição desenvolvida por nós e temos uma durabilidade maior em relação aos produtos que já existem no mercado”, finaliza. 

Comunicação e acessórios

Com a guarita blindada, é fundamental também que o porteiro conte com um sistema de comunicação eficiente. A Sonatec, empresa do Grupo Systec, desenvolveu, há nove anos, o “Communicattor Box”, um sistema para cabines de guaritas blindadas ou convencionais. “O porteiro se comunica com o público por um microfone. Isso não expõe o profissional. É feito em alumínio maciço, com parte interna e externa, e não prejudica a estética do prédio”, ressalta o diretor da Sonatec, Iatyr Cesquim. Ele afirma que a empresa já instalou mais de mil peças e que praticamente não tem reclamações de defeitos. Se o cliente solicitar, a empresa inclui uma proteção para o equipamento. “Se a peça ficar exposta à chuva podem acontecer defeitos. Por isso, fazemos uma proteção em acrílico”, justifica Cesquim. Ele lembra que o aparelho é de fácil manuseio e instalação. Mandamos uma equipe e, no mesmo dia, instalamos.” Ele avalia que esse tipo de tecnologia foi pioneira no mercado brasileiro e que é importante para todos os condomínios. “Não adianta somente ter a guarita blindada. Tem que ter um sistema de comunicação para isolar o porteiro do contato externo”, enfatiza.

Com três anos de atuação, a Vital Corp é especialista na instalação de equipamentos de segurança. A empresa trabalha com portas, feitas em aço, além de passa-volumes, caixilhos, passa-pizzas e torniquete. Os fornecedores são certificados pelo Exército. “O acabamento é feito de acordo com a necessidade do cliente, como por exemplo, as pinturas das portas”, afirma Márcio Antônio Berto, gestor da Vital Corp. Ele comenta que o diferencial da empresa são os funcionários especializados. O cliente solicita e mandamos uma equipe no local. É feita uma vistoria, uma pré-análise e, a partir disso, elaboramos o projeto completo. Com a aprovação, fazemos a instalação, que pode levar um dia ou mais. Atendemos condomínios em geral, com os serviços e produtos de acordo com a ABNT”, sustenta Berto.


Matéria publicada na edição 130 nov/08 da Revista Direcional Condomínios

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