Retrofit: Condomínio de cara nova, para um uso contemporâneo

Quem passa pela Rua Oscar Freire, em frente ao número 1436, bairro de Pinheiros, em São Paulo, observa uma renovação na cara do Edifício Acapulco, prédio residencial de 13 andares e 26 apartamentos, com 20 anos de vida. No lugar da velha grade e portões, alumínio e vidro configuram um novo perfil ao local, chamando a atenção da vizinhança. “As obras foram iniciadas há 10 meses, mas este é um projeto com duração de três a quatro anos”, observa o síndico Laerte Oliani.

O Edifício Acapulco passa por um processo que arquitetos e engenheiros costumam definir como retrofit. Ele envolve não apenas reformas, mas todo um trabalho de modernização, substituição de equipamentos, implantação de novos usos e readequação da capacidade de suas instalações elétricase hidráulicas, entre outros. “Já fizemos a pintura da fachada, limpeza das pastilhas e troca dos portões, grades e guarita, iremos trocar o piso, incluindo as rampas da garagem, refazendo toda a frente do edifício. Iremos ainda construir uma área de lazer nos fundos, em um espaço comum ocioso, modernizar os elevadores. Já readequamos a parte elétrica e de encanamento e, no final, trocaremos os caixilhos e as esquadrias de todas as janelas, substituindo o alumínio atual por anodizado branco”, relata o síndico. A expectativa dos condôminos é que os imóveis tenham uma valorização de até 50%, compensando o investimento entre R$ 20 mil a R$ 30 mil que será feito por cada apartamento.

Segundo o arquiteto Juca Pires, o retrofit pode envolver todo o prédio ou elementos específicos, como a readequação dos sistemas de ar condicionado e elétrico, das esquadrias e da acessilibidade, por exemplo. Nesse sentido, o arquiteto tem observado que muitos condomínios residenciais estão reformulando a área comum e de lazer ao contratar obras de impermeabilização. Já edifícios comerciais mais antigos costumam fazer retrofit na troca do sistema de ar condicionado obsoleto por um central, muitas vezes com a necessidade de substituir esquadrias e vedar as janelas.

“O objetivo principal do retrofit é atualizar as condições do edifício, dotando-o de características de sustentabilidade e racionalização do uso de recursos como a energia e a água”, afirma, por sua vez, o engenheiro Dalton de Macedo Soares, que nos últimos 15 anos realizou uma série de projetos na área, incluindo um edifício localizado nas esquinas da Avenida Rebouças com a Rua Oscar Freire, hoje ocupado pelo CREA. “Houve ali um retrofit completo, envolvendo a parte estrutural, arquitetônica, elétrica e hidráulica”, diz. Ou seja, a edificação foi recuperada e adaptada para um novo perfil de uso comercial, atendendo-se às necessidades do atual usuário.

No Edifício Acapulco, as caixas de distribuição foram substituídas para dar conta da profusão dos cabos da telefonia, tevê e internet, situação que inexistia quando o prédio foi construído. O investimento é elevado, reconhece o síndico Laerte Oliani, mas ele recomenda aos colegas que estudem vários orçamentos, façam um planejamento e comecem as obras apenas quando houver um bom fluxo de caixa, entre 30 a 40% do investimento total.


Matéria publicada na edição 135 mai/09 da Revista Direcional Condomínios

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