Playground: Lazer com segurança e saúde

Confira o tipo de estrutura, acabamento e desempenho oferecido pelos brinquedos e verifique a toxidade dos materiais utilizados.

A certificação compulsória ainda não chegou ao segmento dos playgrounds, mas os fabricantes se adaptam cada vez mais às orientações contidas na NBR 14.350, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para proporcionar brinquedos mais seguros às crianças. O Instituto Brasileiro de Qualificação e Certificação (IQB), criado pela Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente, já oferece um serviço de certificação voluntária para essas empresas. “Os técnicos do IQB fazem uma verificação in loco nos brinquedos, realizam testes de segurança conforme a NBR e deixam recomendações para eventuais correções no projeto”, afirma Sinésyo Batista da Costa, presidente da Abrinq. “Se o síndico exigir que o equipamento do fabricante seja certificado, ele terá um parque mais seguro”, garante.

De acordo com a arquiteta Mara Cabral, alguns erros são ainda muito frequentes nos condomínios, como “brinquedos mal dimensionados para o espaço, quinas e cantos na circulação, vegetação tóxica na área do playground, além de falta de acessibilidade e de manutenção”. Entretanto, novos conceitos começam a aparecer nos projetos. “As gangorras não descem mais até o chão, são amortecidas com um conjunto de molas e assim não esmagam mais as crianças que por acidente venham a cair dela, nem desfavorecem aquela que sai por último do brinquedo.

O gira-gira não é mais vazado, traz uma plataforma no piso que se movimenta junto com o assento. E o balanço não está mais conjugado com o brinquedão, ficou independente. Os pregos nos brinquedos de madeira foram substituídos por parafusos embutidos ou encapados”, exemplifica Mara.

A preocupação com a segurança do playground envolve estrutura, acabamento, posição dos equipamentos, acessórios e também saúde. Segundo a norma da ABNT, em termos de estrutura, o brinquedo não pode exibir trincas, deformação ou danos permanentes e nenhuma conexão deve afrouxar. As plataformas que estão ao alcance dos pés precisam ser horizontais e uniformes e os degraus têm que ser espaçados por igual. Em termos de acabamento, é preciso encapar roscas de parafusos salientes, evitando a presença de elementos pontiagudos.

As superfícies dos corrimãos devem ser lisas e contínuas, sem lascas ou pontas. Já o layout do conjunto deve apresentar brinquedos e acessórios com um distanciamento mínimo, para que uma criança não atinja as demais.

Quanto à saúde, para o tratamento das partes confeccionadas com madeira é desaconselhável o uso de preservantes tóxicos, como o pentaclorofenol ou seus sais. Na verdade, a arquiteta Mara Cabral recomenda que toda a estrutura seja produzida com material atóxico. Para evitar acidentes e fraturas, a arquiteta sugere a aquisição de brinquedos de extremidades arredondadas, guarda-corpo com barras de proteção na vertical, escorregador com curva de desaceleração (“assim a criança não descarrega o peso do corpo no joelho nem no cóccix”), e balanço com no máximo dois assentos, de material leve. 

Finalmente, os modelos devem ser apropriados às faixas etárias. “Para crianças de zero a cinco anos, são recomendados brinquedos que estimulam os sentidos (cheiro, tato, cor, audição), formas, tamanho e equilíbrio. Os brinquedos com mola vêm com tudo”, destaca. 

Para os maiores, até dez anos, o ideal é estimular a “destreza na motricidade, coordenação, coordenação fina, equilíbrio, criatividade e movimento”.


Matéria publicada na edição 139 set/09 da Revista Direcional Condomínios

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