O mês de janeiro abriu o ano em São Paulo com pelo menos 50% a mais de água do que a média que o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE ) da Prefeitura costuma registrar para o período. Foi o maior índice de chuvas desde 1995, quando o órgão começou a fazer este tipo de monitoramento. Além dos transtornos ao trânsito na cidade, o excesso de água pode ter reservado surpresas desagradáveis aos condôminos, dando sinais de infiltrações em estruturas diversas. Mas antes que se contratem obras, é importante conhecer as soluções adequadas para cada caso.
O mercado disponibiliza grande diversidade de produtos, “muitos tipos para respectivas aplicações”. “Se fôssemos montar uma matriz do produto versus estrutura de uma edificação, teríamos algo monstruosamente grande”, observa Wilson Neves, gestor do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI ). De forma geral, o representante do IBI divide os produtos em duas grandes linhas. Na primeira figuram aqueles destinados aos sistemas rígidos, como argamassas e concretos com aditivos, cristalizantes, membranas plastoméricas e de cimento-polímero com estruturante. Costumam ser empregados em tratamento de concreto, revestimentos e regularizações, reservatórios enterrados, poços de elevadores e cortinas. Na segunda encontram-se as soluções para os sistemas flexíveis, estruturas que sofrem movimentações (expansão e contração térmica), além de vibrações (ocasionadas pelo trânsito). São lajes elevadas e internas, piscinas, reservatórios elevados e calhas externas, entre outros, impermeabilizados pelas mantas asfálticas, uma das mais aplicadas, além de membranas asfálticas, elatoméricas, platoméricas termoplásticas ou termofixas de epoxiuretano.
Existe ainda a possibilidade de tratar pontos de infiltração pela técnica de vedação por injeção de gel vinílico, também muito utilizada nas estruturas de concreto dos subsolos. “A indústria civil batalha hoje por soluções mais leves e de maior durabilidade. E o mercado de impermeabilização não foge disso”, comenta Wilson Neves. Os fabricantes investem em inovação e conseguem atender a demandas muito específicas, relacionadas, por exemplo, à sustentabilidade. É o caso das mantas especiais antiraiz para coberturas verdes, abrangendo eco telhados, floreiras, jardineiras e jardins. Composto por um agente herbicida, esse tipo de manta afasta as raízes da camada de impermeabilização, evitando perfurações, afirma o engenheiro Flávio de Camargo Martins, coordenador técnico em uma indústria do segmento. A engenheira Virgínia Pezzolo diz, por sua vez, que a pintura anti-raiz a base de alcatrão, aplicada sobre a proteção mecânica, desempenha a mesma função e representa alternativa para as coberturas verdes.
No campo da sustentabilidade, aparecem também as emulsões acrílicas de coloração branca próprias para lajes de cobertura e marquises, pois refletem calor. A engenheira civil Juliana Aquinaga, coordenadora de marketing de um grande fabricante, observa que ambas as soluções (cobertura verde e película branca) contribuem para um melhor conforto térmico. As inovações prosseguem em outras linhas, como produtos semiflexíveis que atuam contra a infiltração ascendente, ou seja, a umidade proveniente do solo e que atinge as partes inferiores das paredes; resinas e vernizes que combatem a pichação; revestimentos para bases úmidas e sujas de graxas e óleos, como os pisos das garagens; além de tintas apropriadas para superfícies, à base de PU, não necessariamente impermeabilizantes, mas que vedam a passagem da água.
Matéria publicada na Edição 143 de fevereiro de 2010 da Revista Direcional Condomínios.
Matéria publicada na edição 143 fev/10 da Revista Direcional Condomínios
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