Montagem das salas de ginástica ou fitness em condomínios

Deixe o ambiente funcional, estimulante mas confortável

Profissional que atende a cerca de 20 condomínios, o personal trainer Givanildo Holanda Matias, graduado em educação física e empresário no segmento, vem observando um erro muito comum na montagem das salas de ginástica ou fitness. “Em geral não existe a preocupação se haverá ou não o uso efetivo do espaço, assim têm sido instaladas bicicletas inadequadas à biodinâmica dos movimentos, além de esteiras sem amortecimento e com lona pouco extensa, o que não atende às pessoas mais altas”, diz. Os equipamentos são escolhidos, na maioria, com base exclusivamente nos preços mais baixos em lugar de se levar em conta a sua funcionalidade, acrescenta. “É importante que o síndico teste e use cada item que for comprar”, sugere.

Na verdade, Givanildo Matias recomenda a elaboração de um projeto prévio para a implantação ou remodelação dos espaços de fitness. “É preciso fazer uma análise do perfil dos moradores. No bairro de Higienópolis (zona central de São Paulo) tenho uma forte presença de pessoas da terceira idade, o que muda a configuração de alguns equipamentos a serem adquiridos”, observa. Por outro lado, condomínios com mais de 300 unidades requerem um espaço físico bem maior do que aqueles que possuem apenas uma torre. “De qualquer maneira, uma sala deve ter no mínimo entre 25 e 30 metros quadrados.”

Para um condomínio com 80 apartamentos, Givanildo sugere uma área que comporte 4 esteiras, uma bicicleta ergométrica, um aparelho elíptico (destinado a exercícios aeróbicos de alto desempenho), uma estação de musculação multifuncional, além de acessórios como banquinho inclinável, pesos (para halteres), pesinhos, banco de supino, anilhas (contrapesos), colchonetes, caneleiras, barras e espelhos. Bebedouros e aparelhos de ventilação, tevê e som complementam o ambiente. “Os equipamentos devem ter boa qualidade, uma ótima relação custo e benefício, em um investimento que deve ficar em torno de R$ 60 mil”, estima. É ideal que as esteiras, por exemplo, ofereçam algum nível de inclinação automática, além de programas de treinamento em que o próprio usuário possa configurar idade, altura e peso. Outro aspecto importante é considerar a estética dos equipamentos, acrescenta o personal trainer, associando o design à qualidade.

Do ponto de vista físico, a arquiteta Alessandra Galan, especializada na área esportiva, aponta a necessidade de ventilação e iluminação natural na sala. “Ela precisa ser agradável e confortável”, comenta, sugerindo que o projeto arquitetônico proporcione um misto entre estimulação e relaxamento. “A prática costuma ocorrer antes ou após o trabalho, por isso deve ser aconchegante.” Isso significa optar por revestimentos diferenciados em pelo menos uma das paredes, instalar pisos em borracha ou vinílicos, recorrer a artifícios como um pequeno jardim natural ou vasos e trabalhar a iluminação. “A luz fria é inadequada. Em nosso conceito, utilizamos a amarela, mais confortável, imita a luz solar. Muitas pessoas trabalham o dia inteiro sob a iluminação branca.” Por isso, arremata Alessandra, a iluminação ajuda a criar outro clima na sala de fitness, equilibrando estímulo e conforto. A arquiteta chama atenção também para que haja um espaço mínimo para a circulação entre os aparelhos.

Por fim, o personal trainer Givanildo recomenda alguns cuidados na manutenção dos equipamentos. “Preventiva e regular, ela deve incluir principalmente a sua lubrificação (semanal, no caso das esteiras) e o ajuste de parafusos.”


Matéria publicada na edição 145 abr/10 da Revista Direcional Condomínios

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