Segurança: Concertina, Cerca Elétrica

Cuidados especiais com a proteção perimetral

Quando o assunto é a segurança do condomínio, proteger o perímetro de invasões deve ser uma das principais preocupações. As cercas eletrificadas e as concertinas são os equipamentos mais utilizados para esses casos. Ambos funcionam como barreiras físicas, sendo que a concertina (nome comercial da proteção perimetral perfurante fabricada em aço especial) tem um visual mais agressivo. “Já a cerca elétrica causa menor impacto no ambiente, mas age também psicologicamente sobre o invasor”, admite Carlos Alberto Progianti, vice-presidente da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança).

A cerca elétrica pode ser instalada com várias configurações – com 2, 4, 6 ou 8 fios, e até mesmo em parceria com a concertina. Tudo depende da análise de riscos do local, realizada por consultor de segurança. Segundo Carlos Alberto, a instalação é fundamental para um bom resultado. “Cada fio deve ser único, sem emendas. Um sistema de aterramento mal feito também causará problemas e a calibragem da cerca não pode ser realizada em um dia de chuva. Hoje, empresas sérias de segurança eletrônica têm recursos que minimizam o falso alarme, acarretado pelas más instalações”, adverte.

São utilizados suportes de várias bitolas para os fios. Condomínios de grande valor agregado preferem hastes mais robustas, informa o vice-presidente da Abese. Os fios são produzidos em aço inox (mais comuns em condomínios) ou cobre (mais utilizado no segmento corporativo, como grandes indústrias). Carlos Alberto comenta ainda que existem alguns mitos sobre as cercas elétricas, entre eles aquele que sustenta que colocando um tapete de borracha sobre a barreira seus efeitos ficam anulados. “Isso não procede. Uma cerca bem instalada, dentro dos padrões e bem aterrada é muito difícil de ser transposta”, garante.

José Elias de Godoy, especialista de segurança em condomínios e autor dos livros “Manual de Segurança em Condomínios” e “Técnicas de Segurança em Condomínios”, esclarece que o uso da cerca elétrica detecta a intrusão ou evasão de um indivíduo pelo perímetro do condomínio. Porém, ele aponta que certos cuidados com a instalação são necessários para evitar que o equipamento tenha consequências reversas aos seus usuários: “Não se deve invadir o espaço físico e/ou aéreo da propriedade vizinha. A instalação deve ser feita sobre o muro do usuário, de forma perpendicular ao solo e, quando muito, vergada para o lado interno da propriedade protegida. Aconselho também a instalar a cerca a uma altura superior a três metros sobre as barreiras físicas limítrofes, como muros, grades, alambrados. São necessárias ainda placas sinalizadoras, informando sobre os riscos de tal proteção, de forma visível.”

Apesar da popularidade e das reconhecidas vantagens da cerca elétrica, o síndico Joseph Lawand Junior optou por outra solução para proteger o perímetro do seu condomínio: os sensores de infravermelho. “O custo inicial é mais alto, porém há menos necessidade de manutenção. Mas, alguns cuidados são necessários, como evitar plantas próximas e ter um acompanhamento mensal por técnico responsável”, admite. Para o vice-presidente da Abese, qualquer que seja a proteção perimetral escolhida, é fundamental ter critérios para escolher a empresa que fará o serviço: “O síndico deve verificar se a empresa existe legalmente e se possui alguma certificação, conhecer suas instalações físicas, checar se há um engenheiro responsável e até mesmo conversar com clientes antes de realizar o serviço.”


Matéria publicada na edição 148 jul/10 da Revista Direcional Condomínios

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