Coleta seletiva de lixo em condomínios

Dados divulgados pela Prefeitura apontam que o volume de lixo reciclável coletado na cidade de São Paulo cresceu oito vezes desde 2003, quando implantou o Programa de Coleta Seletiva.

Dados divulgados pela Prefeitura apontam que o volume de lixo reciclável coletado na cidade de São Paulo cresceu oito vezes desde 2003, quando implantou o Programa de Coleta Seletiva. Em 2010, 41 mil toneladas foram recolhidas pelo serviço municipal, contra 5.300 em 2005. “A Capital produz cerca de 10 mil toneladas diárias de resíduos domiciliares, dos quais 60 % são orgânicos, 20% contaminados e outros 20% passíveis de reciclagem”, informa a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Serviços, a qual está vinculada a Limpurb, órgão responsável pelo gerenciamento do programa.

Mesmo, entretanto, que o balanço pareça bastante positivo, os síndicos tiveram muitos problemas em 2010 e, neste ano, ainda que as dificuldades sejam menores, há condomínio registrando falhas no serviço. A engenheira e analista ambiental Gabriela Elias Tischenberg, responsável pelo setor em uma administradora de condomínios, relata, por exemplo, que um cliente acabou de desistir da separação do lixo reciclável “porque a Prefeitura não vinha fazendo a coleta”. O condomínio está localizado na Rua Dr. Barros Cruz, incluso no itinerário oficial da Subprefeitura de Vila Mariana. Segundo Gabriela, dos 400 condomínios que compõem a carteira de clientes em sua empresa, 70% realizam “o trabalho completo de separação e destinação do material”, mas muitos acabam optando por um acordo direto com ONG’s (Organizações Não-Governamentais) para a retirada do lixo.

Também o administrador Paulo Sérgio Romani observa clientes enfrentando dificuldades para dar destinação ao material separado. Um condomínio localizado na Rua Lisboa alega ter que recorrer aos carroceiros, mesmo que a rua conste das vias atendidas pelo itinerário oficial na Vila Mariana. Síndico de um edifício localizado na Liberdade, Paulo conta que no ano passado teve que misturar o lixo reciclável ao orgânico durante duas a três semanas em que a concessionária contratada pela Prefeitura interrompeu a coleta. Em ofício recebido do Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura, em junho de 2010, Paulo foi comunicado que “em decorrência da grande dificuldade da equipe em descarregar os materiais recicláveis coletados nas cooperativas cadastradas com a PMSP (já que estas encontram-se com a capacidade de recebimento acima do estimado), a coleta seletiva está sendo prejudicada em alguns momentos”.

Aí está o nó. Com 74 dos 96 distritos da Capital atendidos pelo programa, e pelo menos 1.871 condomínios residenciais separando o lixo, as 20 cooperativas atualmente cadastradas para receber, triar, prensar e encaminhar o material chegaram ao seu limite de processamento. “Quatro dessas cooperativas, recémconveniadas, ainda não estão operando por falta de infraestrutura”, afirma Davi Amorim, do Movimento Nacional de Catadores dos Materiais Recicláveis. Faltam caminhões, prensas, balanças, Equipamentos de Proteção Inpidual (EPI’s) e até mesmo finalizar alguns galpões, revela Davi. O quadro é confirmado por Mara Lúcia Sobral Santos, presidente da Cooperativa Nossos Valores. A Prefeitura anunciou dez novas centrais de triagem neste ano e aposta na inauguração, em breve, da nova unidade no bairro da Lapa para aumentar a capacidade do programa e combater as eventuais suspensões. A conferir.


Matéria publicada na edição 155 mar/11 da Revista Direcional Condomínios

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