Sistema anti-incêndio em dia nos condomínios

Extintores
Síndico profissional Mauro Possatto

O síndico profissional Mauro Possatto: integridade dos equipamentos de proteção e combate ao fogo tem de estar preservada

Síndico orgânico desde 2006 e profissional a partir de 2011, Mauro Possatto faz questão de saber em quais condições se encontram os equipamentos de prevenção e combate a incêndio em condomínios que administra. Isto não só porque faz parte da sindicatura consciente, mas porque já comprovou mais de uma vez que esses artefatos são cruciais. “Do sistema de alarme a pressurização do extintor, tudo tem que funcionar perfeitamente para diminuir impactos e prejuízos do fogo”, diz.

O síndico relata que em 2012 aconteceu uma situação inusitada e controlada pela equipe interna em um de seus condomínios. “O problema ocorreu na lavanderia de uma unidade, onde os moradores haviam adquirido uma lavadora do tipo lava e seca, mas sem terem trocado a tomada de 10 para 20 amperes. Preferiram usar um adaptador, aí a tomada foi esquentando até causar um curto-circuito. O prédio era antigo e na época não havia o dispositivo DR na rede elétrica para interromper esse ciclo, então pegou fogo”.

Para piorar, a intensidade aumentou porque um dos brigadistas, funcionário do condomínio, utilizou extintor de água em vez de extintor de pó químico. “Ele se desesperou, o que não pode acontecer numa situação assim porque possibilita haver confusão no manuseio dos equipamentos. Sorte que outros funcionários estavam imediatamente atrás dele e utilizaram os extintores corretos. O estrago não foi maior porque não havia roupas no varal e, claro, porque os equipamentos estavam em ordem”, observa. 

“O AVCB é mais uma dentre tantas responsabilidades do síndico, necessariamente importante, não apenas por ser uma obrigatoriedade, mas essencialmente pela segurança para todos na edificação.”

(Rafael Martendal, bombeiro, Acion Group AVCB)

Outro episódio ocorreu na varanda de um apartamento em condomínio novo, onde um marceneiro usava o amplo espaço para trabalhar na mobília do imóvel. Fumante, deixou cair uma bituca de cigarro acesa entre madeiras e serragens, e assim começou o incêndio que se alastrou para as cortinas da sala. Os vizinhos notaram e correram ao Corpo de Bombeiros, a 200 metros, o qual agiu rapidamente. “Após o socorro, eu conversei com o capitão, que me confirmou terem usado equipamentos do condomínio no combate. Ele disse que estava tudo íntegro, inclusive a tubulação de água”, ilustra o síndico.

Para Mauro, um síndico precisa tratar do arsenal de combate a incêndio da mesma forma com que, enquanto pessoa física, cuida do seguro do carro ou do seguro-saúde da família. “Ele faz os seguros, renova, paga para ter a tranquilidade de contar com um carro reserva ou de passar por uma cirurgia, mas ele não quer que precise usar nada disso. Da mesma forma é com um extintor, que necessita estar preparado para ser usado em alguma eventualidade”, compara.

Na rotina de cuidados, além dos testes periódicos determinados para os equipamentos, o síndico recomenda a inspeção semanal a fim de se verificar se nenhum componente foi furtado, como um bico de mangueira, por exemplo. “Não é permitido trancar suas caixas com cadeado, nem faria sentido, mas podemos colocar lacres, que não impedem furtos, porém servem de alerta. Se o zelador notar um lacre rompido, logo vai perceber que ali tem algo errado e tomar providências”, orienta.

Para o teste hidrostático de mangueiras, o síndico comenta que hoje em dia há um facilitador no processo: algumas empresas do setor executam o serviço in loco usando aparelhagem específica. “É mais prático e os moradores se sentem mais seguros dessa forma porque, em geral, costumam ficar apreensivos na revisão anual, quando os equipamentos são retirados do condomínio, ainda que não sejam todos de uma vez só; metade permanece e só vai para a revisão após o retorno do primeiro lote”, fala Mauro.

“A eletrificação é realidade nas residências e um caminho positivo para descarbonização, mas o aumento do consumo elétrico requer uma análise periódica do sistema elétrico do condomínio e uma manutenção preventiva do sistema de combate a incêndio, a fim de minimizar qualquer risco.”

(Katia Lima Wagner, head comercial e marketing, Cond Free)

Matéria publicada na edição 302  jul/24 da Revista Direcional Condomínios

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