Confira estratégias para deixar o condomínio mais seguro

 

A porta giratória, que previne o ‘efeito carona’, faz parte do pacote de soluções viabilizadas pelo síndico Dalmo de Siqueira Santos para reforçar a segurança de um grande condomínio na zona oeste da cidade

Há cinco anos como síndico profissional de um grande condomínio de classe média alta na zona oeste, Dalmo de Siqueira Santos tem promovido melhorias no sistema de segurança, principalmente depois que uma estação do metrô passou a operar no entorno. “Como cresceu a circulação de pessoas nas ruas, automaticamente os casos de roubos e assaltos aumentaram. A região ficou mais vulnerável, por isso tomamos algumas medidas protetivas”, comenta o gestor.  

Entre o reforço na segurança, recentemente foi viabilizado um sonho antigo dos condôminos: a instalação de uma porta giratória para controle de acesso individual, também chamada de torniquete. “Essa solução é totalmente eficaz porque impede que alguém entre ‘no vácuo’ do morador. Além disso, feita com vidro e alumínio, é bonita, ficando bem incorporado à entrada do condomínio. Conseguimos integrá-la com leitor facial, e existe agilidade no acesso do morador ao interior da eclusa, onde há um segundo portão a ser liberado pela portaria”, avalia Dalmo. “Uma porta desse modelo custa cerca de 60 mil, mas o investimento compensa”, completa.

O síndico salienta que todos os equipamentos com eficiência comprovada, que podem contribuir com o trabalho do porteiro, são bem-vindos nas edificações porque na falta deles, o porteiro fica muito sobrecarregado em determinados momentos, podendo cometer enganos. “Alguns horários costumam ser críticos, e o porteiro precisa lidar com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo, como crianças voltando do colégio, entregas de almoços, chegada de encomendas, saídas e entradas de moradores”, enumera. “O torniquete com módulo de reconhecimento facial é tão útil que estou providenciando aquisições para mais dois condomínios que administro no mesmo bairro. Um deles, inclusive, já possui um modelo muito antigo, que irá destoar depois da modernização que faremos na entrada do edifício, então a ideia e substituí-lo por uma versão atualizada”, acrescenta.

“A falta de serviços adequados pode expor o condomínio a riscos que poderiam ser evitados. O síndico deve escolher soluções que protejam o empreendimento por completo e tragam mais qualidade de vida para todos.”

(Chen Gilad, CEO e especialista em segurança, Grupo Haganá)

AUMENTO DE FLUXO

Dalmo recomenda que síndicos façam um exercício quantitativo para compreenderem o movimento dos condomínio com maior precisão, o que é crucial na tomada de decisões envolvendo segurança. Na edificação próxima ao metrô, o síndico menciona que a movimentação de moradores é intensa por se tratar de uma construção com cinco torres e 400 unidades no total. “Isso dá uma média de 1.200 habitantes”, calcula.

Fora esse público vultoso, há que se considerar a elevação nos finais de semana. “Existem ocasiões em que os cinco espaços de confraternização estão alugados, e como cada um deles acomoda 50 convidados, representa mais 250 pessoas no condomínio, fora os demais visitantes que sobem direto para as unidades. Significa que estamos colocando para dentro, em curto espaço de tempo, 300, 400 pessoas, ou seja, um quarto a mais da população do condomínio. Imagina o risco se não houver um controle efetivo sobre isso!”, diz. “Condomínios precisam contar com tecnologia nos acessos para terem registros de quem entra e quem sai”, reforça Dalmo.

“A responsabilidade do síndico vai além da gestão, portanto, investir em serviços completos de segurança e facilities hoje, é ter um condomínio mais protegido e valorizado amanhã.”

(Chen Gilad, CEO e especialista em segurança, Grupo Haganá)

Jonas Coronado via IA

Ele recorda que na época em que assumiu a gestão desse empreendimento, havia poucos recursos tecnológicos instalados, entre eles sistema biométrico digital no controle de acesso, posteriormente alterado para biometria facial. “Hoje, temos uma central de monitoramento moderna, integrada com a tecnologia de reconhecimento facial.  Se alguém trafegar por determinadas áreas do condomínio, o próprio sistema acessa o rosto da pessoa, e dispara informação na tela, o que deixa em alerta a equipe de vigilância”, detalha

“A biometria facial aumenta a segurança no condomínio ao identificar com precisão cada pessoa, evitando fraudes e garantindo que apenas moradores e visitantes autorizados entrem no local.”

(Bruno Appolonio, diretor de inovações e tecnologia, Grupo ForceOne)

RONDAS COM BODYCAMS

Outra providência adotada por Dalmo foi contratar uma empresa de portaria e segurança cujos vigilantes designados para a ronda portassem bodycams (câmeras corporais) para registrarem ocorrências com áudio e imagem. “Antes disso, tínhamos situações em que pessoas cometiam infrações e depois negavam, ou desafiavam e destratavam o ronda no momento do flagrante, como aconteceu uma vez em que um morador estava consumindo drogas na área comum e reagiu com ignorância ao ser abordado. Isso acabou, pois agora temos imagens, que ficam armazenadas pelo condomínio por 30 dias”, relata.

O síndico observa que a introdução de bodycams se revelou bastante útil, especialmente para coibir festas barulhentas, pois uma vez que o ronda aciona a unidade que estiver abusando dos decibéis, o volume alto é imediatamente captado e gravado pela câmera corporal. “Aí, com esse recurso, não tem mais como dizer que a reclamação dos vizinhos é infundada nem que uma posterior notificação ou multa não procedem”, fala Dalmo, que planeja implantar o método em outros condomínios de sua carteira.

Foto canva
Emprego de bodycam na vigilância permite registrar flagrantes de infrações

“Falha em segurança pode custar vidas no condomínio, por isso é preciso que a empresa que forneça esse serviço tenha profissionais bem treinados, se guie pelas normas, integre tecnologia com barreiras físicas, e ofereça proteção exclusiva para cada empreendimento, pois cada um tem suas particularidades.”

(Henrique Lobo, CEO, Garra Dopes)

VIGILÂNCIA REFORÇADA

Atento aos benefícios do desenvolvimento tecnológico, Dalmo providenciou a instalação de um totem de vigilância na área externa do edifício para fortalecer o monitoramento de imagens. Já na parte interna, precisamente na guarita, instalou câmeras que gravam áudio, além de um sistema de gravação para conversas pelo interfone. A medida tem várias utilidades: porteiros ficam mais atentos ao desempenho da função; entregadores que, de alguma forma, tentarem aplicar algum golpe durante uma entrega, terão a conversa registrada; e moradores que vierem a ofender porteiros, terão a ofensa gravada.  “Infelizmente, a maioria dos seres humanos precisa ser vigiada para se comportar melhor”, constata.

Matéria publicada na edição-305-out-24 da Revista Direcional Condomínios

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