Guia ajuda síndicos e condôminos a entenderem a dependência química

Para desenvolvermos estratégias eficientes de tratamento dos dependentes químicos, casos que surgem com frequência tanto nas áreas privativas quanto externas dos condomínios, é necessário conhecermos a natureza da Dependência Química.

Drogas alteradoras de humor produzem modificações no cérebro por alterar o seu funcionamento.

Uma vez alterada a função do cérebro, a pessoa experimenta mudanças físicas, emocionais e comportamentais.

Substâncias psicoativas têm o potencial de alterar o pensamento, danificar a mente e o corpo, afetar o comportamento e os relacionamentos, sejam usadas adictamente ou não.

Desenvolver a dependência, e o tempo que isso leva, depende da droga utilizada e da pessoa que a utiliza.

Dependência Química, portanto, é uma situação na qual a pessoa desenvolve uma relação de escravidão com substâncias psicoativas que alteram o estado de humor.

Embora a Dependência Química seja reconhecida como doença pela maioria das associações médicas internacionais, e o alcoolismo declarado como doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ainda hoje no Brasil restam muitas polêmicas em torno dessa questão.

Mesmo entre aqueles que aceitam a Dependência Química como doença, permanece a crença incorreta de que sua causa primária seja somente psicológica.

Pesquisas recentes reforçam fortemente a colocação da Dependência Química como doença primária. Os avanços e descobertas sobre o funcionamento do cérebro deixam claro que a química, no cérebro de uma pessoa dependente, é diferente de uma pessoa não dependente. Sendo assim, alguns organismos mostram-se mais suscetíveis a desenvolver Dependência Química que outros.

Além de comprovações científicas, a prática clínica tem mostrado que abordar conceituar e tratar a Dependência química como doença primária, tem sido extremamente útil para os doentes, a família e os profissionais envolvidos com tratamento e recuperação.

Dentre outras utilidades, existe uma muito importante e também muito simples:

– Esta condição livra os dependentes do estigma de delinquentes, libertando-os para crescerem em autoestima e confiança, levando-os à compreensão de que são os únicos responsáveis pela sua abstinência e por participarem de um programa efetivo de recuperação.

A progressão da doença

Uma pessoa precisa de álcool e drogas para tornar-se dependente. O grau de predisposição, entre outros fatores, influenciará quanto álcool ou drogas e que período de tempo será necessário para deflagrar a dependência. Pessoas diferentes têm níveis diferentes de susceptibilidade para desenvolver a doença.

As pessoas começam a usar químicos, por exemplo, por razões psicossociais. Porque podem sentir-se bem (uma razão psicológica), porque podem ajudá-los a fazer parte “do grupo” ou porque são pressionados (razões sociais). As pessoas tornam-se dependentes por razões bioquímicas (fisiopatológicas). Desenvolvem tolerância.

Precisam usar mais químicos (quantitativa ou qualitativamente) ou associações para conseguir o mesmo efeito. As células adaptam-se aos altos níveis da droga e, a partir daí, só começam a funcionar normalmente quando ela está presente. O organismo passa a precisar da droga. Sua falta poderá resultar em Síndrome de Abstinência aguda ou Demorada, causando desconforto físico e emocional. Nesta fase, a doença está ativa.

Quanto mais as pessoas usam químicos para se sentirem bem, menos elas desenvolvem maneiras eficazes para experimentar e lidar com as situações, os sentimentos, com outras pessoas e com a própria vida.

Estas pessoas não aprendem ou esquecem formas satisfatórias para resolver problemas e ainda esquecem ou não desenvolvem os seus valores éticos e morais. Sua dependência agora se torna tão psicossocial quanto física. Todas as áreas da sua vida ficam afetadas.

O dependente químico desenvolverá uma série previsível de sintomas progressivos e/ou inter-relacionados. No primeiro estágio, é muito difícil distinguir a dependência da não dependência porque existem poucos sintomas objetivos e subjetivos. O organismo, porém, está mudando e se adaptando à ingestão regular do químico. O sintoma principal do primeiro estágio da Dependência Química é um aumento da tolerância, isto significa que as pessoas que estão desenvolvendo a dependência, podem, geralmente, usar cada vez maiores quantidades sem ficarem intoxicadas e sem sofrerem consequências danosas pelo uso. Para estas pessoas é difícil reconhecer que são dependentes, pois acreditam poder controlar o seu uso. Assim, o primeiro sinal de aviso, a “tolerância”, opõe-se ao diagnóstico precoce.

Enquanto muitas doenças criam prejuízos imediatos no funcionamento do organismo, a Dependência Química inicialmente aparece como um benefício, dando à pessoa afetada um sentimento eufórico com o uso do químico, sem pagar nenhum ônus.

A dependência física e psicológica, embora ocultas, vão aumentando, pois não há apenas um desejo de usar, mas, agora, uma necessidade de usar. Células do fígado e do sistema nervoso, por exemplo, se alteram para tolerar maiores quantidades de químicos. Dai, quantidades maiores são necessárias para conseguir o mesmo efeito.

Quantidades aumentadas prejudicam o fígado, modificam a química do cérebro e logo a tolerância começa a cair.

O estágio intermediário da adicção é marcado pela progressiva perda de controle, quando a pessoa não consegue mais usar as quantidades habituais ou aumenta a frequência do uso, ficando alterada ou criando problemas. Não usar começa a criar dor. Assim, o químico é usado para aliviar a dor de “não usar”. A pessoa dependente é incapaz de funcionar normalmente sem o químico.

Estágio crônico

O estágio crônico da adicção é marcado pela deterioração física, emocional, comportamental e espiritual. Todos os sistemas do organismo podem estar afetados neste estágio. Mudanças de humor são comuns à medida que a pessoa usa drogas para se sentir melhor, mas é incapaz de se manter confortável física, emocional e espiritualmente.

Com a vida cada vez mais centrada na droga, há cada vez menos controle sobre o comportamento. Atividades que interferem com a bebida ou o uso são abandonadas.

Dependentes Químicos fazem coisas, quando usam, que não fariam sóbrios. Quando sóbrios, estruturam suas vidas para proteger o seu uso. Quebram promessas, esquecem compromissos, negam tudo para poder usar. Isolamento é comum nesta fase. A vida é consumida pela necessidade de usar. A procura pelo químico torna-se a maneira de viver.

Consulte agora, um Passo a Passo Para o Tratamento da Dependência: …

São Paulo, 14 de maio de 2014

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