Viver em condomínio, uma cultura em transição

Há 50 anos, era um desafio para as pessoas morar em prédios ou apartamentos, vivendo de forma coletiva e organizada, pois as habitações unifamiliares tinham forte predomínio. Com o passar do tempo, as edificações foram crescendo e tomando outras proporções, consolidando-se em condomínios grandes e populosos, onde a forma de convívio precisou ser estudada e desenvolvida para o bem de todos.

Desta forma, um dos maiores desafios ao se morar em condomínio hoje é o de aprendermos a viver de forma responsável, organizada e harmônica, respeitando o direito de ir e vir de cada um dos moradores, de diferentes culturas e hábitos.

Com isso, os condôminos precisam mudar sua forma de pensar e se comportar, criando consciência de que é necessário ter a coparticipação e a corresponsabilidade sobre tudo o que acontece dentro de um condomínio. Em seu novo habitat, o morador precisa encontrar o equilíbrio para uma postura cidadã frente a vários fatores que estão ao seu redor, desde o respeito ao espaço e sossego do outro, até a colaboração com o descarte correto do lixo (como a coleta seletiva e também de óleo de cozinha), a preservação da pintura do prédio, o uso da água de forma consciente etc. Ele deve ainda apresentar dicas e soluções no apoio aos seus gestores, eliminando antigos valores viciados, principalmente aquele de que ‘se eu pago, eu tenho direito a alguma coisa ou ação’.

Já há alguns anos, em vários condomínios, além da figura do síndico, subsíndico e corpo diretivo, têm sido criadas comissões entre os moradores, com intuito de apoiar seus principais gestores, com soluções e inovações a todo o momento, melhorando continuamente as operações condominiais e o convívio coletivo entre os moradores.

É importante lembrar que, ao morar em condomínio, mantemos alguns de nossos sagrados direitos, como o de propriedade, mas temos, na mesma proporção, muitos atuais deveres a serem seguidos e desenvolvidos, entre eles, nossa responsabilidade monetária em manter o prédio sempre em ordem e o compromisso de contribuirmos para uma convivência de moradia saudável e consciente com nossos vizinhos.

São Paulo, 20 de agosto de 2014

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