Condomínios do ABCD (SP) região reduzem consumo de água pela metade

Em meio às dificuldades econômicas, um dos hábitos diretamente afetados do brasileiro foi, certamente, o de consumo. Neste ano, comércios, indústrias e até famílias, dentro de casa, pensaram no aperto do bolso duas vezes antes de gastar. Por isso, algumas pessoas resolveram tomar atitudes para reduzir as contas, e também ajudar o meio ambiente, caso dos moradores do condomínio Max Vitta II, em São Bernardo, que por meio de aparelhos instalados nas descargas devem atingir economia de cerca de 50% no valor da conta neste mês.

O síndico profissional Ronaldo Andrade Santos, 42 anos, percebeu a necessidade de mudar o comportamento de consumo do condomínio quando a conta de água veio em R$ 14.318,56, em julho, quase a totalidade da previsão orçamentária, que é de R$ 15 mil. “Havíamos economizado em abril, maio e junho, devido às campanhas da mídia e do governo, mas, em julho, o pessoal parece que relaxou e as contas voltaram a subir”, afirma ele.

Empenhado em diminuir os gastos, Santos decidiu procurar por alternativa de baixo custo que desse resultado em curto prazo. A solução foi a instalação, em 246 apartamentos, de mecanismo de descarga com duplo acionamento, que economiza até três litros de água a cada descarga.

“Em setembro, como liberamos a piscina, que estava fechada e precisou de tratamento da água, a conta não apresentou redução em relação ao mês anterior, mas estamos prevendo que, em outubro, o consumo seja 50% menor“, explica Santos.

Com investimento de R$ 17 mil, custando R$ 65 cada aparelho, no primeiro mês, a economia no consumo, que era de 3,328 milhões de litros, foi para 3.042 milhões de litros, ou seja, 10% a menos, enquanto a conta fechou em R$ 11.113,02 – e 22,38% mais barata. Nos 30 dias seguintes, o total gasto foi de 2,822 milhões litros, 15% menos, saindo por R$ 8.728.

Além disso, redutores de fluxo foram instalados em torneiras de 70% dos apartamentos. “Alguns moradores trabalham muito e quase nunca estão em casa e outros são mais resistentes a mudanças. Mas, com o resultado positivo que tivemos, devemos fazer uma assembleia para tornar a alteração obrigatória”, completa o síndico.

O mais interessante foi que os moradores não tiveram que pagar nada, como conta a advogada Marcia Toccolini, 54. “O custo foi zero. E a instalação foi supertranquila. Achei a iniciativa fantástica, e colabora com outras atitudes que tenho tomado, como diminuir o tempo no banho e acumular roupa e louça para lavar de uma só vez.”

O síndico explica que, como parcelou o investimento, pôde pagar os R$ 5.500 de parcela com a economia feita na conta. “Agora que terminamos de pagar, queremos investir em cisternas para captar água da chuva. Após essa instalação, o próximo passo deve ser a diminuição do valor do condomínio, que é o sonho de todo síndico”, declara.

SIMPLICIDADE – Quem também pensou em diminuir a conta de água do condomínio foi o síndico do Totlife Park, de Santo André, Bernardino Medeiros, 35. “Queríamos iniciativas rápidas e práticas. Então procuramos informações nos próprios sites do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo)”, conta Medeiros.

Dessa forma, encontraram uma solução barata e fácil para diminuir o consumo das descargas. “Pedimos a cada morador para colocar uma garrafa PET, cheia de água, na caixa acoplada, e percebemos diminuição de até dois litros a cada descarga”, afirma ele.

Além disso, a construtora do prédio já havia construído uma caixa-d’água reserva, que com uma adaptação que custou menos de R$ 100, está coletando água da chuva, e sendo utilizada para lavar a garagem e aguar o jardim. “Percebemos diminuição de 7% no consumo. Quando lavávamos a garagem, o aumento na conta era de R$ 500. Com a utilização desse recurso, já usamos a água da chuva para lavar a garagem duas vezes neste ano.”

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