Governo de SP quer integrar câmeras de condomínios à Polícia Militar

Problema é o custo, já que cada câmera custa cerca de R$ 2 mil. Na última eleição, interligação foi promessa de campanha.

O governo do estado de São Paulo fez um acordo com o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi) para conseguir interligar as câmeras de segurança dos prédios ao Sistema Detecta da Polícia Militar, informou o SPTV desta segunda-feira (12).

As câmeras instaladas nos condomínios ajudam a monitorar dentro e fora dos prédios, por isso são usadas em investigações policiais.

Em outubro de 2015, as câmeras de um edifício no bairro do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, gravaram bandidos armados parando motoristas no cruzamento das ruas Deputado Laércio Côrte e Doutor Mário Vatanabe.

Os moradores do bairro criaram uma rede comunitária de segurança, adquirindo câmeras potentes, que geravam imagens nítidas. Os equipamentos ajudaram a polícia a prender um dos ladrões, mas já não estão ligados ao batalhão do bairro, como na ocasião. Desde então, os moradores ligam para o 190, ao invés de enviar as imagens em tempo real diretamente a polícia.

O governo quer retomar a parceria. No começo de julho foi publicado no Diário Oficial o termo de cooperação entre o Secovi e a Secretaria da Segurança Pública (SSP) para integrar as câmeras privadas ao Sistema Detecta. Com o acesso às imagens, a polícia pode deslocar uma viatura ao local do crime no momento em que ele ocorre, aumentando o alcance da vigilância.

O problema tem sido o valor da interligação, em torno de R$ 2.000 cada. Em princípio, os condomínios não estão dispostos a arcar sozinhos com a despesa e a SSP afirmou que não tem responsabilidade sobre este custo. Na última eleição, contudo, a interligação foi promessa de campanha.

O especialista Márcio Rachkorsky disse no SPTV que é necessária uma integração entre uma boa equipe e bons equipamentos, e que o governo precisaria ao menos ajudar os condomínios com essa despesa.

Para Rachkorsky, a Secovi e a Polícia Militar poderiam promover encontros entre os síndicos de cada bairro, avaliando o desejo de cada representante em colaborar e orientando tecnicamente para uma padronização dos equipamentos. Com um investimento conjunto, e incentivos à comunidade, como isenção de alguns impostos, as despesas seriam menores.

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