Vazamentos de água no condomínio: Dicas para evitar desperdícios

Muitas vezes, vazamentos de água em condomínios só são percebidos quando chega a conta de consumo, surpreendendo o síndico com valores muito acima da média. Economizar água, evitando seu desperdício, seja ele causado por vazamentos ou pelo mau uso desse recurso cada vez mais caro, não é tarefa difícil.

Normalmente, a água vaza nas edificações através de válvulas de descarga danificadas ou desreguladas — nesse caso, de forma praticamente imperceptível, ou pelo rompimento de canos, que logo são notados, sendo impossível postergarem-se as ações corretivas.

As melhores formas de controlar e manter o consumo de água dentro de níveis razoáveis são a conscientização constante dos moradores através de circulares, o controle diário do hidrômetro e a revisão periódica das unidades.

Além disso, é possível reduzir a valor da conta aproveitando a água que, em muitos prédios, brota do lençol freático e é bombeada para a sarjeta.

Conscientização

A conscientização dos moradores através de circulares deve ser feita periodicamente, já que, além do fato de que muitos se esquecem das recomendações, existe sempre alguma rotatividade de moradores nos condomínios. A campanha deve ser intensificada nas épocas de estiagem.

Inspeção das unidades

A inspeção das unidades para a detecção de vazamentos é uma das medidas mais simples e importantes ao alcance do síndico. Basta que todos cooperem, permitindo que o zelador faça uma revisão semestral nas torneiras e, principalmente, nas válvulas de descarga. Vale dizer que, se houver um vazamento ativo dentro de alguma unidade e seus ocupantes não permitirem a vistoria, poderão eles ser responsabilizados pelo pagamento da diferença de valor da conta, se tal vazamento for comprovado.

Lavagem de veículos

A lavagem de veículos nas áreas comuns do condomínio deve ser proibida.

Controle do hidrômetro

O controle diário do hidrômetro é uma medida altamente eficaz para a rápida detecção de vazamentos. A leitura do hidrômetro deve ser feita três vezes ao dia, em horários fixos, de manhã cedo, ao meio dia, e à noite, preferencialmente nas trocas de turnos, pelo funcionário que for assumir o posto na portaria. Para isso, basta providenciar uma ficha de controle com data, horários e marcações, além de um campo para a justificação de consumo atípico em determinado dia, como a lavagem das áreas comuns, de caixas d’água, rompimento de tubulações e outras ocorrências. Estando o consumo diário dentro da média, ainda que com pequenas variações, que são normais, não haverá motivo para alarme.

Nos condomínios em cidades de veraneio, nos quais a população flutuante é grande, altas variações nas épocas de pico de consumo devem ser consideradas normais, desde que estejam dentro de médias mensais históricas obtidas ao longo dos anos.

Água de mina

A água de mina, aquela que brota do lençol freático, pode muito bem ser aproveitada para a lavagem das áreas comuns e a rega de plantas. Para isso, primeiramente, convém encomendar uma análise físico-química e bacteriológica daquela água, pois a presença de determinados elementos ou substâncias pode fazer com que o uso da água causa manchas no piso. Já a detecção de coliformes fecais acima dos níveis tecnicamente aceitáveis na água de reuso exigirá a instalação de bombas de cloro.

Água de chuva

Nos condomínios que dispõem de grandes espaços a céu aberto, é possível também coletar água de chuva. A questão, no caso, é avaliar o custo-benefício, a forma de armazenamento da água e sua conservação, considerando-se, ainda, a eventual necessidade de adição de cloro nos reservatórios.


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Autor

  • Luiz Leitão da Cunha

    Síndico profissional, Luiz Leitão da Cunha já atuou como jornalista, tradutor, gestor de empresas e operador da Bolsa de Valores. Em São Paulo (SP), realiza a gestão de condomínios localizados nos bairros de Jardins/Cerqueira César, Pinheiros e Itaim-Bibi.

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