Condomínio: Como optar por um bom prestador de serviços?

“Sindicar” um condomínio é superar-se todos os dias e, nesse sentido, temos vivido um tempo de evolução nos empreendimentos que, a propósito, têm buscado profissionais mais capacitados para gerir o “tão sonhado patrimônio”.

Os síndicos precisam estar antenados e preparados para este novo cenário, pois a cada processo de seleção desse gestor, temos percebido que o nível de exigência tem aumentado.

Na atuação de um síndico profissional, um dos grandes diferenciais que observamos é a escolha acertada de um prestador que fará determinada obra ou prestará um serviço específico num condomínio. Há pouco tempo, passamos por um aprendizado que serviu de impulso para alterarmos os procedimentos para cotação de fornecedores.

Estávamos em uma dinâmica bastante positiva para obtenção de orçamentos para a construção de uma nova guarita em determinado condomínio em São Paulo. Dentre outras providências, buscamos no mercado as indicações mais apropriadas das empresas de engenharia; filtramos as finalistas de modo que, na fase final da concorrência, o Conselho e o síndico pudessem escolher entre as três melhores, levando-se em consideração o custo benefício, visita a pelo menos três obras executadas pela empresa, atendimento pós-obra e qualidade dos serviços prestados.

Com a unanimidade no Corpo Diretivo, levamos os orçamentos e indicamos o nome de um engenheiro para a assembleia, que deliberou pela aprovação do projeto. Após a assembleia, focamos na avaliação do contrato, das informações empresariais mais “profundas”, quer seja em relação ao capital social, quer seja a comprovação da atividade econômica principal da empresa. Mas, para nossa surpresa e, durante a análise jurídica, recebemos alguns condôminos que tinham “se adiantado” e, então, obtido algumas das informações que estávamos buscando.

Conclusão: A empresa escolhida não tinha um capital social compatível com o valor da obra, nem sequer um CNAE que atrelasse a atividade de engenharia ao seu próprio CNPJ. Isso gerou insegurança em todos os envolvidos do condomínio, principalmente naqueles que não tinham certeza de que essa benfeitoria (a obra da nova guarita) seria salutar à melhoria da segurança. Houve grande constrangimento para nós, da sindicatura, pois havíamos tomado todos os cuidados operacionais para que a escolha fosse assertiva. No entanto, mesmo assim, fomos pegos de surpresa.

O final da história foi a perda do contrato com o condomínio, pois 15 dias após o ocorrido, tivemos a assembleia de eleição de síndico (colocamo-nos à disposição para a continuidade do trabalho) e o condomínio entendeu que tínhamos falhado gravemente. Nossa equipe ficou consternada e abatida com o resultado. Entretanto, “levantamos a poeira” e fizemos a lição de casa. A partir dessa ocorrência, alteramos completamente o patamar dos procedimentos internos para cotações de bens e serviços na gestão dos condomínios. Agora, temos faixas de valores associados à obrigatoriedade da apresentação de ampla documentação exigida dos prestadores de serviços. Ainda enfrentamos algumas resistências junto ao mercado, mas entendemos que não podemos retroagir. Precisamos proporcionar ao mercado um nível melhor de trabalho para os condomínios e, consequentemente, uma entrega com resultados mais satisfatórios.


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