Chineses são estrangeiros mais frequentes em condomínios de São Paulo, diz pesquisa

Levantamento da AABIC feito entre moradores gringos mostra que nativos no país asiático são maioria em 29% dos empreendimentos. Administradoras se reinventam em meio à mudança cultural e recorrem até a atendentes fluentes em mandarim.

São chineses os moradores estrangeiros mais predominantes nos condomínios de São Paulo, revela uma pesquisa inédita da AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), maior entidade representativa do segmento no Estado. Segundo o levantamento, moradores nativos na China são maioria em 29% dos empreendimentos da Capital quando considerados apenas os condôminos gringos. O percentual é superior ao número de americanos, que são maioria em 21% dos condomínios. Os argentinos vêm em terceiro, predominantes em 14%. Coreanos, franceses, alemães e libaneses também aparecem entre os estrangeiros mais frequentes.

Realizada no último mês de setembro em 894 condomínios administrados por associadas à AABIC, a pesquisa também revelou outros aspectos do perfil do condômino estrangeiro. Mudança de emprego e busca por melhores condições financeiras estão entre as principais razões que motivam a migração para o Brasil. A maioria mora em condomínios de médio padrão (56%), predominantemente na zona Sul (36%) e no Centro (29%).

A AABIC também perguntou para as administradoras se as empresas sentem que a vinda dos estrangeiros e a procura por imóveis em São Paulo vêm crescendo nos últimos anos. 57% das administradoras alegam que “sim”, 14% informam “não” e 29%, “talvez”.

Em alguns pontos da zona Sul de São Paulo, como na avenida Brigadeiro Faria Lima, condomínios são preparados para receber uma alta rotatividade de moradores de diversas nacionalidades, geralmente visitantes a trabalho. Segundo a AABIC, boa parte desses empreendimentos vem recorrendo a concierges bilíngues para atender à demanda.

Administradoras se adaptam

As administradoras também vêm se preparando para a crescente onda de chineses nos empreendimentos de São Paulo. Algumas apostam até em gerentes de atendimento fluentes em mandarim para intermediar a relação com os asiáticos.

Filha de pais chineses, a gerente Suzana Sun é o diferencial de uma empresa administradora de condomínios da Capital no atendimento aos clientes chineses que chegam para tirar dúvidas, fazer reclamações ou pedir a segunda via de boletos. Suzana também já foi intérprete de outros gerentes em assembleias realizadas em condomínios com alta incidência de orientais. “Quase sempre o condomínio possui um chinês fluente em português que serve como porta-voz dos demais moradores, mas quando isso não é regra, precisamos intermediar”, explica a gerente.

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