Os leitores da Direcional Condomínios já devem ter visto, em algumas oportunidades, minha contribuição a reportagens publicadas nos últimos anos pela revista. Principalmente meu trabalho à frente do Condomínio Piazza Di Toscana, na região do Jardim Avelino, zona Leste de São Paulo, onde residi por 10 anos e 2 meses e permaneci síndica desde sua implantação até o final do ano passado (Confira reportagem sobre esse trabalho no site da Direcional, consultando os links http://bit.ly/1Cbnwio e http://bit.ly/1yq5DVL).
Mas desde o final de 2014 eu e minha família nos mudamos para o município vizinho de São Caetano do Sul, novamente como síndica em um condomínio em implantação, o Plaza Athenee. É o terceiro condomínio em que atuo naquilo que poderíamos chamar de “gestação”, usando uma linguagem bem feminina e apropriada para mostrar como nasce e se organiza esse ambiente coletivo.
O primeiro condomínio que implantei foi o Beaujolais, também na zona Leste. Foi a época em que me casei e onde fiquei por seis anos. A eleição acontecia a cada ano, era sempre reeleita. Mas o apartamento se tornava cada vez menor diante do crescimento da família e dos filhos. Foi ali que nasceu meu filho Giovanni, primeiro filho, depois minha filha Giulianna, que já estava com um ano e 5 meses quando nos mudamos para o Piazza. Deixei o cargo no Beaujolais.
Com a filha Giulianna, no novo condomínio. Foto produzida pelo filho Giovanni
No Piazza, onde fiquei pouco mais de 10 anos, também era necessário “começar do zero”. Não havia sequer protetores dos elevadores de serviço, que considero um item emergencial a ser adquirido pelos síndicos quando implantam um condomínio. São vários prestadores de serviços circulando com materiais que acabam com os elevadores, além das mudanças dos novos moradores. Imaginem isso em um condomínio com 5 torres, caso do Piazza!
Em termos de prioridade, o síndico deve depois comprar materiais indispensáveis à operação diária dos condomínios, bem como ao uso de suas áreas comuns, como lixeiras, acessórios de banheiros (como dispenser de papel toalha, papel higiênico, saboneteira etc.), carrinho de supermercado e caixas de correspondências. É indispensável ainda o verificar com o engenheiro responsável pelo empreendimento os parâmetros técnicos para aquisição e/ou manutenção de equipamentos como geradores, pressurização de escadas, bombas, entre outros, certificando-se de suas respectivas garantias.
Mas, sobretudo, é necessário pensar sempre no bem-estar dos funcionários tanto da portaria, como do zelador e da equipe da limpeza. Portanto, é preciso equipar vestiários e refeitórios com aparelhos básicos como micro-ondas, geladeira, climatizadores etc. Isso é muito importante, pois se trata do local de trabalho dos funcionários, são eles que estarão à frente da segurança e salubridade do nosso patrimônio. Aqui entra, ainda, a compra de kit de primeiros socorros e algum tipo de analgésico.
Sobre o convívio
Simultaneamente a todas essas providências que considero de ordem prática, o síndico de um condomínio em implantação deve cuidar também, desde o princípio, de estabelecer um bom convívio humano, trabalhando para que os novos moradores sintam afinidade e responsabilidade pela preservação do local. Por exemplo, gosto muito de conhecer cada condômino que recebe as chaves. No Piazza eu conhecia todos os condôminos pelo nome, de todos os 168 apartamentos. Ou seja, ainda conheço!
Para uma boa relação do síndico com o morador, torna-se fundamental que ele se paute pela transparência, tanto na parte financeira como na forma de comunicação com os condôminos. Uma dica muito útil é justamente a comunicação. É preciso sempre deixar os condôminos bem informados sobre os assuntos relacionados ao condomínio. E procurar integrá-los não apenas ao condomínio, mas no relacionamento interpessoal. Assim, procuro organizar eventos de comemoração do Natal, Páscoa, Dia da Mulher, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças etc. O encontro e a interação entre os condôminos são muito importantes!!
Por isso, em nosso próximo encontro virtual (no segundo artigo desta coluna), falarei sobre a primeira assembleia de um condomínio em implantação e a necessidade de conhecer a Convenção e o Regimento e, às vezes, até de adaptá-los à realidade do condomínio.
Até a próxima!!!