A migração criminal e a valorização do porteiro condominial

Recentemente temos visto e ouvido muitos casos de arrastões a prédios residenciais. Trata-se de um movimento migratório da criminalidade organizada que, sentindo-se pressionada pelos órgãos públicos da área de segurança, migra de uma a outra modalidade delituosa.

Já houve momentos em que os roubos a bancos eram os chamados “crimes da moda”. Em outras ocasiões o crime mais habitual era o roubo às joalherias (inclusive dentro de shoppings centers). Hoje vemos uma explosão de roubos a condomínios.

Engana-se quem pensa que apenas os condomínios de alto luxo estão sujeitos a esta modalidade delituosa, pois os marginais estão mais atentos à facilidade em se adentrar ao prédio do que a quanto irão subtrair de dentro do edifício. Há uma máxima que diz: “roubo bom é roubo fácil”.

Interessante observar que as quadrilhas adentram, em mais de 90% dos casos, pela chamada “porta da frente” do condomínio, isto é, pela portaria. Muitas vezes vemos o condomínio extremamente preocupado com o aparato tecnológico, inclusive gastando “rios de dinheiro” com esta aquisição, enquanto que o operador do sistema, ou seja, o porteiro não está devidamente preparado para operá-lo.

Este profissional acaba por receber mensalmente o mesmo piso salarial do outro porteiro, trabalhador do prédio vizinho, local em que não há nenhum aparato tecnológico. Diante disso, pensamos: será que este profissional está preparado? Será que se investe neste cidadão que pode fazer toda a diferença no controle de acesso? Provavelmente e infelizmente a resposta é … NÃO.

Entendemos que a segurança condominial é um sistema complementar Homem – tecnologia e está intimamente relacionada com a motivação profissional, que passa pelo treinamento adequado e pelo diferencial salarial. Porteiro sem treinamento reflete uma empresa desestruturada e, por conseguinte, um risco ao condomínio.

Vale ressaltar que muitas vezes o treinamento deverá ocorrer “in loco”, isto é, na própria portaria do condomínio, com instrutores preparados para lidar com as situações reais com que se depara o profissional de portaria. Estes instrutores são chamados de “orientadores de portaria” ou “implantadores de serviço”.

Infelizmente são poucas as empresas com essa infraestrutura, por isso “olho vivo” na próxima contratação para não levar “gato por lebre”.

São Paulo, 26 de abril de 2014

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