A tecnologia no controle de acesso é essencial para se prevenir arrastões

Atualmente, os meliantes não têm poupado esforços para assaltarem os condomínios, quer utilizando artimanhas dissimuladas e com enganação, quer usando de violência planejada para invadirem os prédios e alcançarem seus objetivos delituosos.

No começo deste mês de maio tivemos um arrastão em um condomínio na área central de São Paulo (Capital), veiculado pela imprensa da seguinte maneira: “Criminosos armados com fuzil fazem arrastão em prédio no centro de SP”. 

Três homens foram presos e dois carros clonados apreendidos. Imagens de câmeras de monitoramento mostram os três homens apontados como os autores do assalto na frente do prédio antes da ação, conversando com tranquilidade. Mostram ainda os assaltantes na garagem da edificação e em fuga. Nos registros da garagem, eles passam a esconder o rosto com máscaras. Imagens gravadas por uma moradora pelo celular mostra a fuga dos assaltantes, armados, pulando o muro. (Fonte R7 – Record TV, dia 05/05/2020). 

Analisando-se este e outros fatos podemos verificar que o segredo para invasões dos prédios está em suas entradas de pedestres e/ou veículos, pois elas ocorrem através de falhas de procedimentos por parte de moradores e colaboradores, assim como pela ousadia dos ladrões. É preciso tomar algumas precauções básicas nestes locais, iniciando-se pela identificação de toda e qualquer pessoa estranha que queira entrar no prédio, mas nunca se esquecendo do detalhe de que esta triagem deve ser feita na parte externa do condomínio, ou seja, do lado de fora dos portões.

O porteiro deve ser instruído a nunca abrir os portões se não houver certeza de quem é a pessoa que solicita a liberação do acesso. Esta deverá ocorrer apenas sob autorização expressa do morador, síndico ou zelador.

O uso de máscaras e a liberação ou não do acesso 

Devemos lembrar que, com a atual situação de pandemia devido ao novo Coronavírus, e à obrigatoriedade em se utilizar máscaras de proteção, as identificações devem ser mais rigorosas, para haver absoluta certeza com quem se está falando, visto que o uso deste EPI pode dificultar a visualização e identificação da pessoa por parte do porteiro. E, para diminuir esses erros, a tecnologia moderna deve ser bem utilizada, onde se pode dispor desde sistemas biométricos de identificação a aplicativos com dispositivos de QR Code para controle e liberação de acessos.

Na entrada de veículos, deve-se tomar um cuidado especial, uma vez que é um acesso de alta vulnerabilidade nos prédios. Recomenda-se desde o uso de controle remoto manual, que deve ser anti-clonagem, passando por sistemas automatizados de leitura por tags RFID/UHF, até controles por leitura de placa LPR. Tudo isso para depender o mínimo possível da interferência humana.

O perímetro também deve ser protegido e controlado com barreiras como, por exemplo, cerca elétrica moderna e inteligente, que ajudam a prevenir e evitar invasões ou mesmo fugas por esse local. Não podemos nos esquecer de que todas áreas vulneráveis e de movimentação devem ser monitoradas por sistemas de CFTV, de preferência digitais e com softwares inteligentes, com capacidade para captação de imagens e sons, além de emitir alertas em emergências detectadas. Agindo-se preventivamente é que se poderá minimizar esses riscos e dificultar o acesso daqueles que querem se aproveitar dessas vulnerabilidades e nos fazer vítimas de suas investidas. 

Nota da redação: Conforme reportagem do Portal R7, o arrastão ocorreu na terça-feira, dia 4 de maio de 2020, e pelo menos três homens foram presos pela polícia.


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Autor

  • José Elias de Godoy

    Tenente-Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, especialista em Segurança em Condomínios e autor dos livros “Manual de Segurança em Condomínios’’ e “Técnicas de Segurança em Condomínios”.

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