A pandemia provocou impactos significativos nos condomínios. Muitas coisas mudaram, com mais pessoas ficando em casa por mais tempo, inclusive transformando, do dia para a noite, a residência em local de trabalho, sem as condições ideais para isso. O resultado mais visível dessa mudança, entre 2020 e 2022, foi o aumento dos conflitos.
Na Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), que reúne associadas responsáveis pela administração de mais de 1 milhão de unidades que atendem a 5 milhões de pessoas, observamos um aumento de 300% no número de reclamações por brigas entre moradores, inclusive com agressão física, nesse período. E sabemos que a conta foi maior porque parte relevante dessas ocorrências acaba não sendo notificada.
Com muito esforço dos nossos profissionais, mediando e estabelecendo compromissos mais adequados aos novos hábitos e necessidades dentro dos prédios, a situação foi controlada e os níveis de reclamações voltaram aos padrões normais. Mas foi por pouco tempo.
Atualmente, os ânimos estão novamente exaltados, e agora o motivo principal são as aglomerações e o barulho. Parece que o fim do isolamento social e a volta dos eventos presenciais provocaram a sensação de que não há limites para as festas e comemorações. Para quem está dentro é ótimo, mas para os vizinhos que não foram convidados é uma situação bem desagradável. E lidar com esse choque de realidades é uma questão muito complexa, que vai além da capacidade dos síndicos menos experientes. Em geral, é preciso apoio profissional.
Obviamente, o síndico continua sendo uma figura fundamental, pois recebe a informação em primeira mão e tem o histórico do condomínio para contextualizar o que está acontecendo, além de ser o mais indicado para intervir de imediato nas emergências. Mas o ideal é evitar o envolvimento em negociações e na busca por entendimentos, pois, em mais ou menos tempo, o desgaste vai corroer os relacionamentos pessoais e a autoridade do líder até chegar ao ponto em que não vai ter mais amigos e nem mandar em nada.
As administradoras têm profissionais especializados que enfrentaram inúmeras vezes os mais diversos atritos e sabem bem como acomodar os interesses das pessoas com os melhores argumentos, inclusive aqueles previstos em lei, que é a convenção do condomínio. E o melhor, sem qualquer envolvimento pessoal ou emocional com as partes, o que garante a imparcialidade também na aparência. Nesses casos, como a mulher de César, a decisão precisa parecer honesta.
O mais importante, no entanto, é que a administradora vai oferecer uma abordagem sistemática para prevenir os conflitos e mitigar suas consequências. Vai estabelecer comunicação clara e objetiva sobre o assunto, modernizar regras formais, atuar profissionalmente na conciliação e criar canais adequados para a resolução dos imbróglios.
E toda essa estrutura funciona ainda melhor com suporte tecnológico de última geração e especialistas atualizados com as aceleradas transformações da sociedade. Enfim, funciona melhor quando há capacidade de investimento e gente preparada pensando no assunto e executando as tarefas. Coisa que apenas a administradora pode oferecer.
A tendência é que os conflitos em condomínios ainda aumentem antes de começar a diminuir. É hora de dar atenção ao assunto e intervir de maneira profissional.
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