Aumentou em 2015 a procura pela medição individualizada do consumo d’água em prédios da RMSP, de acordo com a Sabesp. O mercado oferece duas opções em São Paulo: a primeira homologada pela concessionária pública, que emite as contas para cada cliente; outra com gestão das contas contratada junto às empresas de tecnologia na área. Gerente de produtos de um fornecedor, Marco Aurélio Teixeira observa que softwares e aplicativos permitem registrar hoje o consumo a cada hora, dados que são utilizados para caçar vazamentos e disciplinar o consumidor, levando-o a gastar menos.
A síndica Fernanda de Lima Avanzi ilustra que a individualização recente dos medidores em seu prédio ajudará a estabelecer uma meta de consumo por unidade, a fim de atingir as médias estabelecidas pela Sabesp. Ela explica que sempre há o risco de que um morador gaste muito, apesar da economia dos demais. Isso pode elevar os números ao final do mês, acima dos parâmetros estabelecidos pela concessionária. Durante o ano passado, seu condomínio, o ID Jardim Sul, localizado na Vila Andrade, região do Morumbi, conseguiu, em pelo menos três meses, ficar dentro da meta.
Segundo Marco Aurélio Teixeira, 85% das edificações em São Paulo não estão preparadas nem dispõem de estrutura para a individualização da conta d’água, mas sua empresa registrou em 2015 “70% de aumento na adesão desse mercado antigo”, com obras de readequação das instalações hidráulicas e implantação de medidores nas unidades. Os prédios mais novos, “de seis anos para cá, estão preparados e também buscando a individualização”.
ÁGUA DA CHUVA
Os síndicos têm aproveitado toda caída de telhado e coberturas para instalar calhas e cisternas, montando sistemas de captação de água da chuva. No Condomínio Edifício Roberta, localizado na Aclimação, área central de São Paulo, o síndico Rogério Alves apostou na ideia logo que assumiu, em abril de 2015 (Foto acima). Foram instalados seis tambores cobertos, de 200 litros cada, para reservar água à rega das plantas e à lavagem das áreas comuns. A medida, associada a outras, incluindo o fechamento temporário da piscina, tem ajudado o edifício a auferir os bônus concedidos pela Sabesp. De outro modo, o síndico e boa parte dos condôminos das 42 unidades do prédio reverteram, através de assembleia, decisão da gestão anterior que decidira pela perfuração de um poço artesiano. Ele reuniu documentação técnica e legal comprovando a inviabilidade do poço no condomínio.
EQUIPAMENTOS ECONOMIZADORES
A conta d’água no Condomínio Residencial Max Vitta 2, de São Bernardo do Campo (RMSP), subiu gradativamente em um período de 2015, saltando de R$ 6 mil em dado mês a cerca de R$ 14 mil 120 dias depois, afirma o síndico Ronaldo Andrade Santos. “As pessoas esquecem que vivemos uma crise hídrica”, observa. Desta forma, o condomínio decidiu comprar e instalar novos dispositivos para as caixas acopladas dos banheiros das 246 unidades e áreas comuns. Eles têm duplo acionamento, de quatro e seis litros, respectivamente para “massa líquida e sólida”. No final do ano, 70% das unidades estavam com o sistema instalado; em pouco tempo, a conta baixou para o patamar de R$ 9 mil. A economia ajudou a amortizar os investimentos, de R$ 16.500.
As demais unidades, porém, não aceitaram a medida, o que gerou uma Assembleia Extraordinária, através da qual a unanimidade dos presentes decidiu tornar obrigatória a adesão ao programa. “O resultado existe, é positivo, vamos colocar redutores nas torneiras também”, informa o síndico. O empreendimento promove ainda ações de caça vazamento. Segundo o engenheiro civil Denis Affonso Chagas Soares, formado pela USP e pesquisador da área de sustentabilidade nas habitações, um arejador tipo “chuveirinho” instalado na torneira da pia da cozinha pode reduzir a vazão em 70% ou até 90% (nos pavimentos de maior pressão).
Matéria publicada na edição – 209 – fev/2016 da Revista Direcional Condomínios
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