A manutenção dos sistemas ou aparelhos de ar-condicionado, individuais ou alimentados por uma central, protege a saúde das pessoas e assegura a vida útil prevista para os equipamentos.
A falta de manutenção compromete o desempenho dos ares-condicionados, o que faz com que as máquinas trabalhem “mais para gerar o ar desejado”, comenta Wadi Tadeu Neaime, presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava). Os equipamentos individuais, predominantes nas habitações, duram cerca de dez anos, quando bem cuidados, afirma.
Wadi exemplifica que no caso residencial, com o uso médio mensal do equipamento individual em torno de cem horas, recomenda-se a manutenção dos itens de limpeza a cada dois ou três meses (elimina fungos, por exemplo). E a cada seis meses, a manutenção das partes eletromecânicas do aparelho. Cabe aos condôminos providenciar esse cuidado. Para áreas comuns dotadas de ar-condicionado, como guaritas e salões de festa, é preciso harmonizar o tempo de utilização com as demandas de manutenção, a ser feita por empresa especializada.
Já nos sistemas alimentados por dutos, a partir de uma central, comuns no universo corporativo e presentes em alguns edifícios residenciais de alto luxo, a manutenção é mais complexa. “É preciso garantir uma temperatura de conforto e controlar o nível de gás carbônico no ambiente, para não gerar sonolência, fadiga”, explica a síndica profissional Mary Lorena, especializada em condomínios comerciais, entre eles, o Cetenco Plaza – Torre Norte, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo.
A tarefa requer a atuação de equipes especializadas, que: atendem aos chamados para cuidar do conforto, como a temperatura dos ambientes; para a manutenção dos equipamentos, “máquinas pesadas, maiores que turbina de avião”, que têm vida útil de 30 anos (aquelas dotadas de alta tecnologia podem durar uma década); e para a limpeza anual da tubulação, visando preservar a saúde das pessoas. O Cetenco já fez retrofit do setor, substituiu máquinas, torres de refrigeração e tubulações, mas a operação é cheia de detalhes. Há um consultor só para acompanhar se as instalações elétricas estão dentro da respectiva norma; além do controle da população presente, que não deve exceder àquela que gerou o cálculo para dimensionar a tubulação e o controle do CO².
LEGISLAÇÃO AMPLIADA
Os condomínios residenciais, ao contrário dos corporativos, não estão sujeitos à fiscalização, mas o dirigente da Abrava recomenda que cuidem do setor, apoiando-se nas normas da ABNT (NBR’s 15.848/2010; 16.401/2008, e 13.971/1997), relativas à qualidade do ar interior; projeto de instalação; e às orientações sobre manutenção. A 16.401 ganhará atualização, motivada pelas preocupações pós-tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Além disso, acrescenta Wadi, a expectativa é que até o final de 2013 esteja aprovado o Projeto de Lei 7260/2002, que obriga todas as edificações a zelarem pela manutenção dos equipamentos eletromecânicos, ar-condicionado incluído.
“Hoje, os prédios novos já têm previsão (elétrica) para a instalação de ar-condicionado nos apartamentos”, comenta o engenheiro Rodrigo de Oliveira Vieira. Os prédios antigos demandam análise e projeto específico (fiação, reforço de carga elétrica, estudo da estrutura). O aparelho ainda requer espaço aberto, para se promover a ventilação e a drenagem da água. A opção, de uma maneira geral, é pelos modelos Split.
Matéria publicada na edição – 184 de out/2013 da Revista Direcional Condomínios