Áreas comuns do condomínio, renovação e novos usos.

Áreas comuns do condomínio, renovação e novos usos.

Escrito por Eduardo Silva

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Salão de festas, espaços gourmet, coworking etc.  

Pessoas festejando

É inevitável não falar dos efeitos da pandemia na economia, que atingiu o plano de investimentos dos condomínios. Antes da pandemia, haviam projetos aprovados em assembleia e algumas obras estavam em andamento. Mas com a chegada do vírus no Brasil e o lockdown decretado em março de 2020, o mercado se fechou e os projetos e as obras foram congelados.

O temor do mercado era a perda de renda, que poderia ter impacto também nas contas do condomínio, aumentando a inadimplência. Mas, com a renda familiar prejudicada, as pessoas ficaram mais controladas, e, para surpresa de todos, um ano pós início da pandemia, verificou-se uma queda significativa nos índices da inadimplência, um fator muito positivo.

O Síndico Profissional Wolfram Werther, Administrador de Empresas, pós graduado em marketing, que atua há nove anos no mercado, atendendo hoje sete condomínios em diferentes formatos, relata como foi sua experiência neste contexto desafiador:

Direcional Condomínios: Quais as mudanças e adaptações foram necessárias nas áreas comuns para atender os condomínios desde o início da pandemia?

Werther: A principal mudança foi criar espaços de coworking nos salões de festas, em horário comercial. Sendo inviável para o condomínio proibir a execução de obras e reformas realizadas nas unidades vizinhas, que provocam barulho, disponibilizamos wifi gratuito para os moradores que desejavam um ambiente silencioso para o exercício da atividade profissional.

“Na pandemia, com a reclusão social, a atividade de home office permanente fez com que os moradores começassem a ouvir coisas que antes não ouviam, ver coisas que antes não viam, se incomodar com coisas que antes não se incomodavam. Tudo virou motivo de reclamação, contudo, não podemos esquecer que condomínio residencial foi feito para morar, para lazer e para o descanso. Não foi projetado para trabalhar, nem para estudo virtual. O que a pandemia impôs só piorou as relações humanas. É preciso retomar o que era antes, o convívio social presencial e deixar que a administração se encarregue de cuidar do condomínio.”

Moradores do prédio

“Áreas comuns: Nova realidade pós pandemia altera o modo de convivência”

Direcional Condomínios: Quais as expectativas de investimentos daqui para frente?

Werther: Estamos no “pós pandemia ou novo normal”, onde os condomínios estão em um novo patamar. Se antes os projetos de melhorias foram congelados, agora o cenário mudou. Com a queda na inadimplência, o condomínio tem recursos, mas o custo das matérias primas subiu e o prazo de entrega aumentou. Então vejo que o momento exige negociação. Pesquisa de preços, produtos, equipamentos, serviços e esperar a hora certa para fechar o negócio.

Os síndicos deverão estabelecer as prioridades, avaliar o caixa do condomínio, os projetos parados, rever custos, despesas, orçamentos e, claro, ouvir os moradores. Nada melhor do que fazer uma pesquisa de satisfação antes de ingressar numa empreitada em assembleia.

Os ambientes precisam ser renovados para a normalização das atividades. Primeiro precisa avaliar o estado de conservação das áreas comuns, tais como: quadras poliesportivas, academia, salão de festas e seu mobiliário, pisos, restauração e pintura da fachada, piscina, churrasqueira, playgrounds e áreas de lazer em geral. Tudo isso é muito bem-vindo, pois o efeito da novidade é agradável aos moradores.

E nada melhor do que buscar os serviços de um profissional habilitado para auxiliar neste processo de modernização, como um designer de interiores ou um arquiteto, para dar embasamento à renovação que o síndico quer propor. Apresentar um projeto bem elaborado e completo, saltam aos olhos dos moradores.


Matéria publicada na edição – 274 – jan/2022 da Revista Direcional Condomínios

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