Especialistas apontam que redução de gastos varia de 20% a 40% somente com ajustes na estrutura de fornecimento de água, energia e gás, por exemplo.
A consciência global a respeito da necessidade de viver de forma mais sustentável já alcançou um patamar no qual todos concordam com a adoção de medidas que caminhem neste sentido. Quando somamos este fato à constatação de que também é possível obter vantagens financeiras palpáveis, surge o questionamento sobre quais seriam as razões que ainda impedem a implementação de ações práticas para aproximar os condomínios dos conceitos de um funcionamento mais sustentável ambientalmente.
As razões encontradas passam pela falta de conhecimento profissional a respeito do assunto. Como em todas as áreas, a falta de informação confiável gera receio e, neste caso, o medo é de que o esforço para o desenvolvimento de um ambiente sustentável acabe acarretando custos elevados, mudanças profundas de comportamento e uma série de outras dificuldades que, se não forem enfrentadas, podem inviabilizar qualquer medida por mais simples que seja.
Recentes estudos sobre adaptações feitas em condomínios para aproximá-los dos conceitos de sustentabilidade mostraram que é possível reduzir em até 40% o consumo de água, 25% o consumo de energia e até 20% no consumo de gás, entre outros avanços. O resultado desta melhor gestão dos recursos se reverte em diminuição na taxa paga pelos moradores ou arrecadação de recursos para aplicação em benfeitorias no próprio condomínio, principalmente nos edifícios comerciais e nos condomínios-clube, onde as contas de consumo podem apresentar o valor equivalente a um carro popular por mês.
Atualmente é crescente a tendência de se buscar apoio de profissionais especialistas para fazerem avaliações, por exemplo, a respeito do consumo de água do condomínio, bem como sobre as possibilidades de reuso, captação e racionalização dos recursos hídricos nas áreas comuns e internas da edificação.
Destas observações surgem oportunidades como a simples troca de válvulas nos banheiros das unidades e a colocação de redutores/aeradores nas torneiras. Os especialistas podem sugerir ainda projetos para captar a água gerada no sistema central de ar condicionado, avaliação da viabilidade de implantação de poço para captação de água dos aquíferos (raso e profundo) e reuso de água das áreas de serviço.
Com o crescente aumento das tarifas públicas e o repasse compulsório para os condomínios, as administradoras já contam com consultoria ambiental especializada em dar apoio aos síndicos para a gestão sustentável dos recursos hídricos, de energia e resíduos. O propósito é elaborar um diagnóstico de consumo do perfil edificado e apresentar medidas práticas no sentido de alcançar a economia por meio da sustentabilidade, muitas vezes com baixo investimento.
Em estudos realizados, constatamos as seguintes médias (em R$) de economia por unidade em relação à água:
– Prédio comercial – 180,00;
– Residencial baixo/médio consumo – R$ 60,00; e,
– Residencial alto consumo – R$ 265,00.
De maneira geral, existe uma forte correlação entre alto consumo e alto padrão, tendo em vista o maior número de pontos (torneiras, chuveiros etc.) dentro desses imóveis.
O cálculo do consumo médio por unidade permite às administradoras e gestores verificarem os condomínios que estão consumindo acima deste valor. Desta forma, esses passam a ser prioridade para uma avaliação que identificará as causas e indicar soluções.
Ressaltamos a necessidade de apresentar soluções customizadas, de acordo com o tipo e padrão de condomínio, levando em conta inclusive suas aspirações e necessidades econômicas.
Junte o útil ao agradável e abrace a causa de um condomínio sustentável. Assuma dentro do seu condomínio esse papel de agente de transformação e multiplique essa ideia. Lembre-se que esse movimento começa dentro da nossa casa. (Colaborou no artigo o Engº Rivaldo França Mello)
Matéria complementar da edição – 246 – junho/2019 da Revista Direcional Condomínios
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