Em 2005, Vicent criou um e-commerce para vender o produto. “O mercado iniciou lentamente, nem havia fornecedor, em geral os condomínios os encomendavam junto a um serralheiro. Busquei uma empresa para desenvolver o nosso produto.
Depois dos três primeiros anos, que foram tímidos, o negócio se tornou mais forte”, comenta. Vicent lembra que seus clientes compravam as bikes, mas se ressentiam de locais adequados para guardá-las. O próprio município de São Paulo instituiu um dispositivo, na chamada Lei das Ciclovias (Lei 14.266/2007), obrigando os centros comerciais e demais locais com grande fluxo de pessoas a oferecer estacionamento de bicicletas. “As empresas e condomínios terão que começar a se preocupar com isso”, ressalta. Atualmente, segundo ele, as pessoas estão utilizando cada vez mais o veículo como meio de transporte. A Abraciclo estima, por exemplo, que 50% das bikes comercializadas têm essa finalidade.
A arquiteta Helena Loureiro, que costuma desenvolver projetos em condomínios, ressalva, entretanto, que ainda não atendeu a nenhuma demanda para planejar espaços e/ou suportes para bicicletários. “A maioria dos edifícios não tem esse espaço e mesmo entre os empreendedores é rara a preocupação em planejar isso”, observa Helena. “E os que têm não gerenciam legal. Muitas vezes ficam nos cantos que sobram nas garagens”, diz. Para o usuário e empresário Marcelo Saraiva, que mora na região do Ibirapuera e possui um escritório nas imediações da Avenida Luís Carlos Berrini, também zona Sul da cidade, a bicicleta se tornou o meio prioritário de transporte, não só para o trabalho, como festas e reuniões. No entanto, mesmo que seu edifício possua um bicicletário, Marcelo comenta que acaba guardando a bike dentro de casa.
Marcelo afirma que os condôminos não fazem um uso adequado da estrutura. “Moro em loft, mas o bicicletário de meu prédio é utilizado como descarte, 90% das bicicletas estão canibalizadas e enferrujadas. O local serve como área de quem ‘deixa o lixo para fora de casa’, a maioria está fora de uso, de combate”, diz. Empresário do setor de logística, Marcelo possui uma bike com estrutura em carbono avaliada em R$ 10 mil e equipada com luz dianteira, traseira, de advertência, sinalizador sonoro e pisca-pisca. Prefere, assim, guardá-la no apartamento, pois o bicicletário do prédio não oferece segurança patrimonial.
Para o comerciante Vicent Moreira, entre os principais benefícios do bicicletário, está a possibilidade de organizar a disposição das bicicletas, principalmente nas garagens, além da facilidade de acesso do usuário. Vendidas em módulos, em versões para parede, solo e teto, as peças podem ser facilmente adaptadas aos espaços disponíveis nos condomínios.
Matéria publicada na edição 151 out/10 da Revista Direcional Condomínios
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