Nas assembleias há um novo assunto tabu: o carregamento dos carros elétricos. Os edifícios mais modernos já possuem soluções funcionando. No entanto, os mais antigos têm o tema como urgente. Afinal, esses veículos serão cada vez mais parte do nosso dia a dia, ainda mais quando falamos em meio ambiente e consumo consciente.
Por isso, as soluções exigem mais que investimentos e devem ser abordadas além das despesas financeiras, pois os benefícios são de todos. É o que costumo comentar, nem todos utilizam a piscina, mas pagam o cloro.
Então, é preciso considerar os aspectos, apesar da falta de regulamentação do poder público:
- Infraestrutura adequada: Os edifícios que já possuem infraestrutura elétrica preparada para carregadores saíram na frente. A instalação de pontos de carregamento deve ser planejada com base na capacidade elétrica disponível e nas necessidades dos moradores. Um diagnóstico elétrico preventivo é essencial para avaliar a viabilidade e evitar sobrecargas.
- Aspectos financeiros: É compreensível que os moradores se preocupem com os custos. Além da infraestrutura, há despesas relacionadas à manutenção, energia elétrica e eventuais atualizações. A discussão em assembleias deve considerar o impacto financeiro para todos os condôminos.
- Conflitos e soluções: Discussões acaloradas podem surgir. É importante manter o diálogo aberto e buscar soluções que atendam a todos. A polêmica já virou até caso de polícia porque o morador havia comprado um carro elétrico e descobriu que o prédio não tinha equipamento apropriado. Enfurecido, foi tirar satisfações com o síndico. Essa situação não deve ser padrão. A busca por um equilíbrio entre comodidade e custos é fundamental.
- Benefícios a longo prazo: Investir em carregadores beneficia não apenas os proprietários de carros elétricos, mas também o condomínio como um todo. Valorização do imóvel, sustentabilidade e atratividade para futuros moradores são vantagens a considerar.
A transição é inevitável. Os condomínios que se anteciparem e encomendarem diagnósticos para instalações adequadas sairão na frente e evitarão desgastes. Quem quiser só pegar carona, vai ficar para trás.
Matéria publicada na edição 298 mar/24 da Revista Direcional Condomínios
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Advogado especialista em condomínios, comenta o setor condominial e imobiliário na Rádio CBN e no telejornal SP1 (Rede Globo). É sócio da empresa RS Serviços.