Coleta seletiva de lixo para condomínios

Vale a pena implantar

Há dois anos, quando se tornou síndica do edifício onde mora, em Higienópolis, a apresentadora da MTV Marina Person não teve dúvidas em implantar a coleta seletiva de lixo. “Foi minha primeira providência. Temos apenas cinco andares e dez apartamentos. Passei uma circular para os moradores e a adesão foi total e muito rápida”, comemora. Apesar do pouco número de condôminos, o material reciclável faz volume e acumula rapidamente, constata Marina. “Os moradores separam o orgânico do reciclável e o zelador recolhe o lixo todos os dias dos andares. Não temos latões em cada andar, apenas em um depósito na garagem. A Loga passa apenas uma vez por semana”, diz Marina, referindo-se a uma das duas concessionárias da Prefeitura que executa a coleta seletiva nas ruas de São Paulo (a outra é a Eco Urbis).

Para o sucesso da coleta seletiva em seu condomínio, Marina Person teve a seu favor a adesão dos moradores e o fato do endereço fazer parte da rota da Prefeitura. Segundo informações da assessoria de imprensa do Limpurb, órgão gerenciador dos serviços de limpeza urbana na cidade de São Paulo, a coleta seletiva é realizada pelas concessionárias. O síndico pode consultar se o endereço do seu condomínio está na rota dos caminhões verdes através das páginas da internet www.loga.com.br e www.ecourbis.com.br. Se a via constar na rota, o condomínio pode entrar em contato com a empresa responsável pela região (Loga 0800-770-1111 ou Ecourbis 0800-772-7979) e solicitar a instalação de contêiner, que é colocado na rua pelo condomínio no dia da coleta. Os contêineres são cedidos sem custos, e o condomínio deve assinar um Termo de Permissão de Uso, se responsabilizando pelo equipamento.

A coleta da Prefeitura é repassada às Centrais de Triagem, onde funcionam cooperativas conveniadas à Prefeitura, que realizam a separação do material, vendendo-o posteriormente. Atualmente, o Programa de Coleta Seletiva da Prefeitura conta com 18 Centrais de Triagem, que, segundo a assessoria do Limpurb, são suficientes para realizar a separação dos cerca de 7% (total coletado em São Paulo) de material passível de ser reciclado. “A Prefeitura já estuda formas de ampliar o número de cooperativas para aumentar o percentual coletado”, informa a assessoria.

Outra opção é solicitar a coleta diretamente a alguma cooperativa. A lista com todas as cooperativas conveniadas à Prefeitura pode ser encontrada no site http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/servicos/limpurb/coleta_seletiva/ index.php?p=16512. Há cooperativas que instalam big bags (grandes bolsas acondicionadoras de resíduos) no condomínio e fazem a coleta semanalmente.

Para que a coleta seletiva seja bem sucedida, cada condomínio deve avaliar a quantidade de material disponível e a melhor solução para sua realidade. Foi o que fez Vilma Peramezza, síndica do Conjunto Nacional, nos anos 1990, quando coleta seletiva ainda nem era lei. Vale lembrar que a lei estadual 12.528/2007 determina a coleta seletiva de lixo em condomínios residenciais com mais de 50 unidades. Outra lei (14.973/2009), esta válida para a cidade de São Paulo, obriga os condomínios comerciais a se adequarem, trocando as lixeiras comuns pelas de coleta seletiva, entre outras exigências.

Vilma lembra que o objetivo era diminuir o volume de lixo. “Nos últimos dez anos produzimos em média cinco toneladas de lixo total por dia. Começamos separando papel e alumínio para reduzir o custo de retirada do lixo comum. Hoje, reunimos duas caçambas por dia de lixo comum prensado. Se não tivéssemos a coleta seletiva, seriam três ou quatro”, arremata.


Matéria publicada na edição 147 jun/10 da Revista Direcional Condomínios

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