Como fala o dito popular, “só quando a água chega lá, aprende-se a nadar”. Em nosso caso, é a falta dela que nos tem forçado a buscar um uso mais racional do precioso líquido.
Mas antes de entrarmos nas medidas que os síndicos poderão implantar nos condomínios, é preciso que se deixe uma orientação quanto ao uso das minas d’água presentes no subsolo de muitas edificações. É imprescindível realizar um estudo do que fazer e de como será utilizada essa água, seja para sanitários, jardim, lavagem ou consumo.
Na maioria das minas a água in natura é imprópria para consumo e, mesmo para uso nos sanitários, a norma pede que seja tratada, pois existe o perigo de respingos ou spray sobre as pessoas. Desta maneira, recomenda-se aos condomínios avaliar a disponibilidade de espaço físico para instalação de um sistema de tratamento de água (ETA), além de prumadas próprias, independentes da rede potável. Portanto, é fundamental que se faça uma análise do custo e benefício de uma estrutura como essa.
Agora, vamos às medidas mais simples, porém, bastante eficazes, que os síndicos podem e devem adotar.
1 – Pesquisa de vazamentos
Para localização de vazamentos e seu reparo, averiguar:
- – Tubulações externas até o reservatório;
- – Barriletes, registros, boias e bombas;
- – Pontos de uso/consumo: banheiros, lavatórios, copa/cozinha, lavanderias etc.;
- – Identificar ainda o estado dos equipamentos: engates, colunas e ramais etc.;
- – Observar possíveis pontos de vazamentos nas paredes, tetos e pisos. Pode-se visualizar nesses casos bolor, mofo, mudança da cor da tinta ou azulejos, azulejo solto, parede fofa etc.
Nos casos de infiltrações subterrâneas, a detecção de vazamentos é mais difícil. Existem firmas especializadas em localizá-los, mas um acompanhamento diário do hidrômetro pode ajudar, conforme especifica o item 6 que segue.
2 – Teste de vazamentos em bacias sanitárias:
– Bacias com caixa acoplada: Colocar um corante na caixa acoplada (pó de refresco ou outro). Se após algum tempo o corante escoar pelas paredes da bacia, é sinal de que a água está vazando;
– Bacias com válvula de descarga: Colocar o corante no poço da bacia (na agua do sifão). Se a agua ficar clara, também será um indicativo de vazamento.
3 – Teste de vazamentos em encanamentos embutidos nas paredes:
Bater onde passa o encanamento na parede e observar se o som é diferente em alguma parte, massa ou azulejo.
4 – Teste de vazamentos em piscinas:
Colocar um balde com a mesma água da piscina e mantê-lo a 5,0 cm do topo, deixando-o amarrado sem entornar. Marcar os níveis do balde e da piscina durante todo um dia. Se o nível da piscina mudar mais que o do balde, há vazamento.
5 – Consertos mais comuns para eliminar vazamentos:
Os procedimentos descritos a seguir podem ser feitos pelo zelador ou o auxiliar de manutenção do edifício. Com isso, os prédios de consumo não individualizado poderão melhorar e até detectar vazamentos em algumas unidades.
– Torneiras:
Substituir o corpo de vedação. Para isso, basta fechar o registro geral do local, retirar o botão e com uma chave de fenda desrosquear o parafuso. Com um alicate de bico desrosquear a porca da canopla, e depois desrosquear o mecanismo de vedação, trocando seu corpo (está à venda no mercado o kit de vedação). Feito isso, voltar o processo e colocar a torneira em funcionamento;
– Volume de descarga (caixa acoplada):
Para reduzir o nível interno, basta rosquear a haste no sentido horário. No sentido anti-horário, aumenta-se o nível d’água;
– Regulagem do volume de descarga liberado pela comporta:
Levantar a comporta, girar a parte inferior reposicionando os números, sendo 1 o menor e 9 o de maior volume.
– Consertos de vazamentos na tubulação hidráulica:
A providência inicial é fechar o registro correspondente ao local (interno ao apartamento), caso persista, fechar o geral da coluna (ou geral do prédio). Depois de estancado o vazamento, chamar um profissional para o conserto.
6 – Verificação do consumo:
No caso de haver um só hidrômetro para todo o edifício, o ideal é anotar diariamente em planilha, na mesma hora do dia, o consumo que está registrado no hidrômetro (só os em preto). Qualquer desvio na curva do consumo será um indicativo de ocorrência de algum furo na tubulação ou apartamentos. Esse acompanhamento permite ao síndico ou zelador resolver rapidamente eventual problema. A Sabesp tem oferecido cursos aos interessados – síndicos ou zeladores.