O Brasil possui mais de 130 milhões de animais de estimação e 50% desta população se concentra na região Sudeste, conforme projeções do Instituto Pet Brasil.
E, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o País ocupa o 2º lugar na população de cães, gatos e aves do mundo! É um contingente que cresce em média 5% ao ano, com índice maior no número de gatos (8,1%) em relação ao de cães (3,8%).
Esses dados obrigam a uma reflexão sobre como devemos conviver com os animais de estimação em nossa comunidade, onde é necessário respeitar as regras de convivência e de uso e ocupação do espaço, que também é do outro. Se compararmos ao crescimento populacional brasileiro, que foi de 0,8% em 2019, teremos nas residências cada vez mais animais domésticos e menos crianças. Portanto, a discussão é inevitável nos condomínios.
Os prédios mais novos já contam com espaços especialmente projetados para cães e alguns dispõem inclusive de bancada lavatório, entre outras comodidades. Como o crescimento populacional não atinge apenas os condomínios mais preparados, é necessário pensar em alternativas viáveis para implantação de um espaço apropriado aos animais nas edificações mais antigas, cuja estrutura não estava preparada para este fenômeno. O primeiro passo para viabilizar o projeto é encontrar um local ao ar livre com terra e abastecido com água. O segundo passo é convocar uma assembleia geral com quórum qualificado para aprovação da alteração da destinação de área identificada, onde serão discutidas as necessidades e a regulamentação do uso. Feito isso, é hora de implantar o espaço, considerando a necessidade de garantir:
- Vegetação rasteira com poucos arbustos e plantas resistentes, que não sejam toxicas nem contenham espinhos;
- Equipamentos para o exercício dos cães, confeccionados em madeira tratada, pois ficarão expostos à ação do tempo;
- Ferramentas para coleta de fezes e saquinhos para o seu descarte em lixeira específica a essa finalidade;
- Ponto de água corrente para hidratação.
Chamados de pet place, pet play, pet garden ou pet walk, entre outras denominações, esses ambientes apresentam inúmeras vantagens:
Para os animais
- Melhora da sua saúde, pois além de aproveitarem os dias de sol, os pets contam com equipamentos que estimulam a realização de exercícios, o gasto de energia e a redução do estresse e da agitação;
- Contam com área de hidratação e alimentação, garantindo sua saúde física;
- Contam com área para necessidades fisiológicas.
Para os donos
- Promove maior interação com o seu animal de estimação sem que tenham necessidade de sair de casa;
- Promove maior interação entre vizinhos, reduzindo as reclamações;
- Aumenta a segurança, reduz o tempo com deslocamento para áreas verdes fora do condomínio e elimina eventual custo relacionado à atividade.
Para os condomínios
- Preserva a limpeza das demais áreas comuns;
- Evita o uso inadequado do playground infantil para essa finalidade (maior reclamação observada hoje em condomínios);
- Reduz reclamações de latido nas unidades, pois os animais tendem a ficar menos agitados.
Para que as vantagens sejam percebidas, é fundamental elaborar um regulamento específico para esta área, contendo horários para passear e brincar com os animais; obrigatoriedade da coleta de fezes pelo dono do respectivo animal; obrigatoriedade de atualização do cadastro dos animais junto à administração, com cópia da carteira de vacinação, também atualizada.
Em um mercado imobiliário cada vez mais competitivo e com muitas ofertas, um espaço como este tem sido hoje tão importante quanto a piscina, o salão de festas e o playground. Ele pode ainda ser um grande diferencial na hora comercializar um imóvel no condomínio, pois além da valorização patrimonial, muita gente trata seu bichinho de estimação como membro da família.
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