Como garantir um bom desempenho pós-modernização

Dois anos depois de iniciadas as obras de retrofit dos dois elevadores, o septuagenário Condomínio Doria de Barros exibe modernidade, conforto e segurança para os moradores de suas 22 unidades.

Síndico

O síndico Aldo Busuletti apresenta o novo elevador social após retrofit dos dois equipamentos do Condomínio Doria de Barros

Localizado em Santa Cecília, região central de São Paulo, o prédio concluiu nos anos recentes outras obras de retrofit (no gás, na elétrica, fachada, sistema de prevenção e combate ao fogo etc.) e está finalizando o de hidráulica.

No caso dos elevadores, além das viagens rápidas e sem intercorrências, os condôminos estão usufruindo de uma economia de 50% no consumo de energia em relação ao que os equipamentos gastavam antes. De acordo com o síndico profissional Aldo Busuletti, ajustes são inevitáveis após a modernização de elevadores, mas com o retrofit, quando há troca de todo o sistema, são mínimos.

O escopo do retrofit do Doria de Barros envolveu o fim dos motores e comandos na casa de máquinas (as novas máquinas estão instaladas no poço e os comandos eletrônicos na lateral da porta da cabina, no último pavimento); trocas das cabinas; reconstrução de seus respectivos poços (antes inexistia separação entre eles e foi necessário aprofundá-los um pouco); instalação de portas externas de abertura automática em todos os pavimentos (antes eram pantográficas); adequações elétricas; substituição das guias etc.

É um novo conceito de elevadores, destaca o síndico, ressaltando ainda que foi preciso contratar um engenheiro para cuidar das intervenções físicas na estrutura dos poços e portas dos andares, e de uma arquiteta para harmonizar o padrão de acabamento das novas cabinas e botoeiras com o conceito arquitetônico dos halls.

Aldo Busuletti diz que essa é a sua oitava experiência com retrofit de elevadores, entre cerca de vinte modernizações que realizou. O retrotif é indicado, observa, quando há instalações muito antigas ou deterioradas. O Doria de Barros investiu quase R$ 800 mil em cada novo elevador, uma parte financiada em 60 meses.

Principais ajustes após a modernização

O retrofit embute um custo proibitivo para muitos condomínios, que optam, em geral, pela modernização dos quadros de comando (como os eletrônicos de última geração), das botoeiras, cabinas, quadros elétricos e dos componentes de segurança. Mas segundo o engenheiro mecânico Sérgio Rodrigues, modernizar um elevador exige, principalmente, cuidar da compatibilização dos novos componentes, de tecnologia avançada, com instalações eletromecânicas às vezes obsoletas. Quando isso não é feito com precisão, acontecem paradas frequentes, porque os novos comandos são sensíveis e, por segurança, interrompem as viagens mediante qualquer interferência.

A seguir, o engenheiro orienta as principais compatibilizações a serem providenciadas em uma modernização:

– Elétrica: “Se trocar comando, ajustar os componentes e não mexer na elétrica do prédio, isso poderá gerar problemas. É preciso cuidar da blindagem e distribuição da fiação, do aterramento e instalar dispositivos antissurtos, evitando interferências nas linhas de comunicação dos componentes dos elevadores. Nesse sentido, o fio deve ser blindado especialmente no trecho entre o quadro de comando e a máquina.”

– Trincos das portas externas dos pavimentos: “Alguns comandos modernizados conseguem trabalhar bem com trincos antigos porque atuam no mesmo nível de tensão. Mas, conforme o tipo de comando, é essencial trocar todos os trincos, depende de cada instalação. Portanto, é uma boa prática já considerar essa troca na hora de fazer o orçamento”, conclui o especialista.

Síndico

Casa de máquinas exige manutenção & conservação – Em visita a um condomínio de quase 20 anos em São Paulo, a reportagem da Direcional Condomínios registrou um quadro de precariedade nas instalações da casa de máquinas dos elevadores. É uma situação que tem sido observada com frequência nas vistorias realizadas pelo consultor da área de riscos, Carlos Alberto dos Santos. Neste caso, destacam-se: Ausência de itens de segurança como protetor de polia; luz de emergência irregular ( solta do teto); e falta de identificação dos ganchos conforme a norma ABNT NBR NM 207:1999. “Além disso, as canaletas plásticas utilizadas não são aceitas pelo Corpo de Bombeiros”, diz. A instalação elétrica geral é precária, conforme pode ser visto na imagem acima (do quadro elétrico de um dos elevadores do prédio). “Aqui está evidente o descumprimento à ABNT NBR 5410/2008 e à NR 10 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho relativa à segurança das instalações e aos serviços com eletricidade)”, arremata o consultor.


Matéria publicada na edição – 271 – set/2021 da Revista Direcional Condomínios

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