Condomínio em implantação: orientações para recebimento das áreas comuns e unidades autônomas

O recebimento de uma moradia e também das áreas comuns de um condomínio devem ser feitas de preferência por com um profissional (engenheiro civil ou arquiteto) que tenha experiência para tanto. O momento da entrega é uma situação que tem sido bastante negligenciada no Brasil, em alguns casos, feita nos estandes de vendas.

Assim como em um veículo automotor, também para o recebimento de um condomínio novo ou unidades privativas, devemos tomar alguns cuidados básicos:

  • 1. Observar se a obra finalizada se encontra de acordo com o memorial de construção;
  • 2. Verificar o funcionamento dos pontos de elétrica, tais como interruptores, caixa de entrada, fios, tomadas etc.;
  • 3. Verificar também o funcionamento dos sistemas de hidráulica, como registros, torneiras, vasos sanitários etc.;
  • 4. Observar se as instalações de gás têm certificado de vistoria;
  • 5. Conferir se as dimensões estão dentro do projeto original;
  • 6. Observar se os caimentos para os ralos estão corretos;
  • 7. Exigir e conferir a entrega do Manual das Áreas Comuns e do Manual do Proprietário;
  • 8. Checar se as janelas estão funcionando e apresentam boa vedação;
  • 9. Conferir se portas e fechaduras estão funcionando bem;
  • 10. Exigir e conferir a entrega de uma planta com os locais de passagem dos tubos, das prumadas, evitando que os prestadores de serviços façam furos indevidos nas paredes ao instalarem armários, box etc.;
  • 11. Exigir e conferir se a construtora entregou todos os projetos construtivos juntamente com a entrega do empreendimento.

Essa é uma lista básica, não esgota tudo o que precisa ser verificado, mas um profissional qualificado tem plenas condições de exigir isso dos construtores/incorporadores. Desta forma, os síndicos e condôminos poderão contar com a checagem de todos os sistemas construtivos, não apenas instalações aparentes como pisos, tetos e paredes.

Claro que algumas vezes o problema acontece na hora da compra, quando o futuro proprietário não entende bem o que está sendo ofertado ou, ainda, quando ele não é claramente informado sobre as características do imóvel. Um exemplo disso tem sido a quantidade de prédios de alto padrão em São Paulo entregues com as paredes internas em dry-wall (gesso acartonado), ou que não permitem a instalação de aparelhos de ar condicionado por falta de previsão de carga elétrica para tanto na entrada do prédio. Nesse caso, só quando da ocupação do imóvel o proprietário acaba se dando conta das limitações de determinado sistema construtivo.

Outro exemplo comum é que, mesmo em “piso frio” (cerâmica, pedra, granito etc.), muitas vezes a construtora não fez a impermeabilização, não sendo possível, assim, lavar o piso nos processos de limpeza. Nesse caso, se está prevista essa característica no memorial descritivo, não existe falha alguma por parte da construtora, pois o piso por si só não obriga a ter impermeabilização.

 

Autor

  • Roberto Boscarriol Jr.

    Graduado em Engenharia pelo Instituto Mauá de Tecnologia. Formado em 1972, atua desde essa época na área da Construção Civil, tendo construído um milhão de metros quadrados nas áreas industriais, comerciais, escolares e residenciais, acumulando grande experiência na análise de propostas e gestão de obras. No espaço de sua coluna, o articulista irá abordar os vários aspectos da manutenção necessária nos prédios, com dicas, comentários e sugestões.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

18 + dezenove =