Condomínio instala sistema de tratamento de água de mina

Um condomínio da Zona Oeste de São Paulo, com torre única e 30 apartamentos, utilizava havia anos a água que vertia de seu subsolo, a partir do lençol freático (também chamada água rasa). Ela era destinada em tubulação e torneiras próprias, devidamente lacradas e identificadas, para a limpeza das áreas comuns e rega do jardim.

Mas da mesma forma como acontece em muitos prédios em São Paulo que tiveram o rebaixamento do lençol freático em sua construção, sobrava muita água mesmo depois desse uso. Em julho do ano passado, com o agravamento da crise no abastecimento, os condôminos resolveram formar um Grupo da Água e estudar soluções para melhor aproveitamento da mina. A equipe mobilizou profissionais moradores do prédio para analisar a questão dentro de sua área de conhecimento. Os advogados, por exemplo, estudaram os aspectos legais da captação e uso dessa água.

Segundo uma das integrantes do Grupo, a arquiteta Marta, os advogados informaram que o condomínio jamais poderia distribuir a água, atribuição exclusiva das concessionárias de serviço público, mas sim disponibilizá-la. Decidiu-se então criar um sistema de tratamento (ETA) em um espaço livre do subsolo, de tamanho equivalente a duas ou três vagas de garagem, em investimentos que chegaram a R$ 30 mil (Fotos 1 e 2). O sistema inclui dois filtros, bomba, dosador de cloro e registro de vazão (Foto 3), cilindros em inox para armazenamento da água tratada (com capacidade de 2 mil litros cada) e tubulação independente.

Ele começou a funcionar em janeiro passado. O tratamento envolve a ação dos filtros de areia e carvão, aplicação controlada de cloro, análises periódicas de potabilidade etc. A água é disponibilizada nos andares, junto à antecâmara das escadas, através de tubulação exclusiva, sem contato com a rede potável. Os pavimentos possuem quatro torneiras, uma para cada unidade, trancadas por cadeados. O morador costuma usar essa água para lavar roupas, já que as torneiras ficam próximas das áreas de seviço dos apartamentos.

Segundo o condomínio, as condições de potabilidade da água da mina têm sido superiores às da rede pública. Uma engenheira química foi contratada para dar orientação mensal ao Grupo, sempre tendo em mãos a análise físico-química e bacteriológica da água. O consumo médio diário do prédio caiu de uma média de 30 m3 para 20m3 nos meses subsequentes à instalação da ETA. O Grupo está regularizando a estação junto ao órgão público competente (DAEE). Pretende ainda instalar bomba reserva e estuda tratar a água da limpeza da piscina.

Fotos: Rosali Figueiredo

Matéria publicada na edição – 200 de abr/2015 da Revista Direcional Condomínios

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