Em Sorocaba, no interior de SP, condomínios construídos depois de 2008 são obrigados a operarem com individualização.
Quem mora ou pensa em morar em condomínios vai ter que se atentar a algumas mudanças envolvendo os hidrômetros, popularmente chamados de “relógios d’água”, que são instrumentos importantes na medição de consumo do líquido nas residências. Isso porque, em março, um decreto regulamentou o serviço de leitura e entrega de contas de água e esgoto individualmente, já que antes era emitida somente uma fatura para a coletividade.
O objetivo, segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), de Sorocaba (SP), é estabelecer uma questão justa em que cada apartamento pague efetivamente por aquilo que consumiu, além de proporcionar uma economia de água.
Atualmente, a maioria dos empreendimentos existentes na cidade utiliza um único hidrômetro, que é o principal e fica instalado na entrada do local. A divisão das contas é feita através do consumo médio das unidades habitacionais do condomínio.
Na leitura geral, explica a dona de uma empresa especializada em administração condominial, Cleusa Bersi, todos pagam por igualdade e não pelo que consomem, além de não existir uma cobrança justa com cada unidade. “Tem apartamento com apenas um habitante que às vezes paga um valor igual a um que tem seis moradores e é claro que quanto mais pessoas mais consumo de água”.
Lei Municipal em Sorocaba (SP)
Em 2008 foi promulgada a Lei Municipal 8.610, em Sorocaba (SP), que determinava aos condomínios a instalação de hidrômetros individuais. Os edifícios que foram feitos depois da lei já contam com o sistema. Porém, se foram construídos antes desta data, só realizam as mudanças de maneira opcional, até porque, segundo o SAAE, geram custos.
Este ano, o decreto de março regulamentou não só a leitura, mas também a entrega de contas de forma individualizada. Com a alteração, além dos medidores serem instalados de forma individual, a leitura também é feita separadamente em cada uma das unidades habitacionais que compõe o condomínio.
Processo manual
Cleusa explica que a medição individualizada é feita manualmente. “Após o SAAE verificar, o zelador ou encarregado do condomínio passa a fazer a leitura de cada hidrômetro e depois faz a apuração nos gastos para a divisão”.
O cumprimento das adequações técnicas necessárias e instalações fica sempre por parte do condomínio. Caso optem pelo sistema de medição remota (SMR) e os prédios sejam de até quatro andares, o SAAE orienta que os hidrômetros individuais sejam colocados na parte térrea, externamente aos blocos.
Edifícios que possuírem mais de quatro andares também podem adotar o procedimento de medição anterior, mas, caso queiram instalar os equipamentos em cada pavimento, será obrigatório optar pela medição remota. Os interessados devem solicitar o serviço formalmente junto ao SAAE de Sorocaba (SP), que fará a abertura de um processo administrativo para análise do pedido.
Gasto controlado
Quem mora em condomínio garante que a mudança vem para melhorar. “Acho bom, porque só eu e a minha esposa moramos no apartamento. Então, o gasto vai ser controlado”, comenta Nicolas Martins, morador de um condomínio na Zona Sul de Sorocaba.
De acordo com o analista de logística, um dos benefícios será a economia. “Vou pagar somente pelo que usar, vai ser até inferior ao valor que eu pago hoje sem a individualização. Além disso, tem a ajuda na parte sustentável”, finaliza.