Conservação e valorização dos bens patrimoniais, uma missão do síndico

São muitos os trabalhos e responsabilidades de um síndico(a), mas não se pode deixar de lado outro importante objetivo desta gestão: A conservação e a valorização dos bens patrimoniais do condomínio. A preservação do patrimônio ainda é pouco valorizada pelo brasileiro, acostumado com “o deixa para depois”, “alguém faz” ou, ainda, com o modelo do consumismo “melhor trocar do que mandar arrumar”.

Meu objetivo aqui é pontuar como os pequenos olhares do dia a dia fazem grande diferença na preservação dos bens patrimoniais do prédio, além de melhorar o aspecto estético e a funcionalidade dos componentes presentes nos materiais de acabamento e nos ambientes (como mobiliário, itens decorativos, vasos etc.). Paralelamente a esse jeito de cuidar daquilo que pertence à coletividade, agir com transparência é também fundamental para que o síndico obtenha apoio e um resultado de excelência em sua gestão. Por isso sugiro informar mensalmente, como tenho feito no condomínio que administro, por meio de um simples relatório, esses cuidados com o patrimônio.

É um olhar talvez mais feminino, mais cuidadoso, mais sustentável sobre aquilo que muitas vezes passa desapercebido ou até “invisível” à nossa atenção, pois já nos acostumamos a ver por meses ou anos aquele canto desajeitado, sujo, velho, escuro. E, como ninguém fala nada, se deixa para lá.

Nesse sentido, trago aqui como modelo a porta, com as fechaduras, maçanetas e dobradiças. São inúmeras as portas que temos no edifício: Automáticas, portas em que se usa a maçaneta, dos elevadores, portas dos halls de serviços, de alumínio, outras mais delicadas, como as de vidro, e até aquela da entrada da piscina, da sauna, da academia etc.

A porta é um dos artefatos mais importantes de um imóvel. Além de servir como segurança para diversos fins, ela delimita os ambientes e nos faz também atravessar longos caminhos. É preciso estar atento a elas para verificar se as maçanetas estão firmes, soltas e até barulhentas; se há buracos ou falta de peças (como fechaduras, maçanetas, aros, rebites, parafusos, dobradiças), se há buracos e, ainda, fala de peças decorativas como molduras.

Pensando também na sustentabilidade, podemos testar soluções simples para a manutenção diária das portas, utilizando-se uma esponja para a remoção das marcas de dedos, a aplicação de um pano ligeiramente úmido com sabão de coco, um spray, uma tinta, uma wap ou, ainda, um lustra móveis (conforme procedimentos a serem pesquisados pelo síndico), que deixará aquela sensação de cuidado e zelo.

Quando as portas e seus complementos estão limpos, lustrados, funcionais e sem ruídos, dão claramente ao condômino a ideia de que o síndico cuida da conservação e valorização do seu patrimônio.


Não reproduza o conteúdo sem autorização do Grupo Direcional. Este site está protegido pela Lei de Direitos Autorais. (Lei 9610 de 19/02/1998), sua reprodução total ou parcial é proibida nos termos da Lei.


Autor

  • Cristiane Bittencourt Reis

    Síndica profissional em São Paulo, tem formação na área pela Gabor RH. É graduada em Comunicação Social, com MBA em Recursos Humanos pela USP e educação continuada em Finanças, RH e Administração pela FGV. Tem 20 anos de experiência na área administrativa em empresa privada e é sócia da Ruffino & Alvim Empreendimentos e Administração de Imóveis. Possui ainda cursos de Gestão em Qualidade de Vida pela FEA-USP PROGEP, Administração de Conflitos e Qualidade Máxima no Atendimento ao Cliente, os dois últimos pelo Sebrae.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

vinte − catorze =