Crise hídrica gera maior procura pelo aproveitamento da água da chuva em condomínios. Saiba como contratar o projeto

O aproveitamento de água da chuva tem sido cada vez mais uma opção para economizar água em condomínios. Devido à crise hídrica houve um aumento na procura por este sistema, pelo benefício altamente sustentável que o mesmo oferece.

A Água da chuva pode ser utilizada para inúmeras finalidades, porém, todas elas não potáveis. Ou seja, não é possível beber, tomar banho, lavar louças ou roupas com a água que vem da chuva, uma vez que esta água faz contato diretamente com o telhado.

O sistema consiste numa filtragem primária de partículas como folhas, galhos, dentre outros, que podem vir junto com a água por estarem presentes nos telhados. Após a filtragem, a água é armazenada em uma cisterna, que a envia para uma torneira ou reservatório superior através de uma bomba submersível. Todo este processo é automático.

Mas outras soluções devem ser pensadas paralelamente pelos síndicos. Juntamente com o controle e gestão do consumo, é necessária também uma atenção especial ao uso da água tratada, seja a água cinza ou de chuva.

O aproveitamento de águas pluviais (tema deste artigo) mostra-se uma solução inovadora tanto do ponto de vista técnico quanto econômico. Todavia, para se obter o resultado desejado de um projeto é necessário que este possua preocupação com dois fatores fundamentais ao sucesso do mesmo, são eles:

  • Dimensionamento: Cálculo quanto ao volume possível de coleta com base em área destinada ao consumo, que ajudará a dimensionar os equipamentos;
  • Qualidade: Definição dos sistemas de tratamento, armazenamento e cuidados com a água coletada. Neste item são definidos os equipamentos de filtragem pré-reserva, onde são removidos todos os elementos que passíveis de degradação da água depois de reservada numa cisterna; a qualidade e tipo de reservatório a ser utilizado; sistemas de tratamento pré-consumo; além de aparatos como: filtro de areia, processos de desinfecção, bombeamento etc.

Uma vez observados estes fatores, o projeto de aproveitamento da água da chuva oferecerá um produto de excelente qualidade para uso em fins menos nobres, como: limpeza de pisos e equipamentos em geral, irrigação, entre outros.

Além de cuidados normais de qualquer projeto de engenharia, recomenda-se que as diretrizes da Norma Técnica Brasileira (ABNT/NBR 15.527/ 2007), relativa ao aproveitamento de águas pluviais, sejam observadas a fim de se ter um projeto seguro e eficiente. Isso está exposto de maneira didática no Manual de Reaproveitamento de Água elaborado pela FIESP (2005).

Aproveitamento da água da chuva vesus reuso

As palavras aproveitamento e reuso são, muitas vezes, confundidas. O termo aproveitamento está ligado à água da chuva, uma vez que esta ainda não foi utilizada. Mas além do sistema de aproveitamento da água da chuva, existe o de reuso, o qual permite tratar águas cinzas, como a água do chuveiro, de louças e lavagem de roupa, fazendo uma espécie de “reciclagem” da mesma, tornando-a própria para o uso não potável (mesmos usos da água da chuva).

No entanto, o custo de um sistema de reuso de água cinza depende inteiramente do projeto, não havendo ainda uma escala fixa de valores. Já para o sistema de aproveitamento da água é possível fazer uma projeção.  

Considerando as condições climáticas do Brasil, ainda mais atuais e a tarifa anterior (2014) de água, o investimento em um sistema de aproveitamento de água da chuva pode ficar em torno de R$ 8.500,00 em média, mas sem um limite de valores, pois, uma vez mais, tudo depende do projeto. O retorno sobre o investimento, neste caso,  é calculado de acordo com a economia que o sistema gera, podendo chegar, em grande parte, a uma redução de 50% do volume de água potável consumida da rede municipal/local para a rega dos jardins e a limpeza das áreas comuns, entre outros.

Autor

  • Roberto Boscarriol Jr.

    Graduado em Engenharia pelo Instituto Mauá de Tecnologia. Formado em 1972, atua desde essa época na área da Construção Civil, tendo construído um milhão de metros quadrados nas áreas industriais, comerciais, escolares e residenciais, acumulando grande experiência na análise de propostas e gestão de obras. No espaço de sua coluna, o articulista irá abordar os vários aspectos da manutenção necessária nos prédios, com dicas, comentários e sugestões.

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