Despesas Ordinárias

Previsão orçamentária: o início de tudo

Gastos com despesas ordinárias devem estar bem próximos da realidade para que o caixa do condomínio não fique desguarnecido.

A base para uma boa administração condominial é uma correta previsão orçamentária. É com base nessa previsão que se prepara o rateio das quotas condominiais. Ou seja, previsão mal feita, ou fora da realidade, pode acarretar pedidos de verbas suplementares durante o ano – o que, certamente, não agrada em nada aos condôminos. “Para o morador é muito ruim não ter idéia de quanto ele irá pagar pelo condomínio. O orçamento precisa ser o mais próximo possível da realidade, incluindo índices de aumentos de tarifas públicas e dissídio coletivo da categoria, por exemplo, e evitando que o síndico tenha que recorrer a uma assembléia para pedir aumento da taxa condominial”, afirma Rosely Benevides de Oliveira Schwartz, administradora de empresas e autora do livro Revolucionando o condomínio. 

Para uma correta previsão orçamentária dos gastos ordinários é preciso, primeiro, realizar um levantamento do que foi gasto no período anterior e, depois, ter em mente o que se pretende realizar no próximo ano. Segundo a administradora de condomínios Rachel Mugayar, não basta simplesmente repetir os valores gastos no passado. “É preciso analisar a curva dessas despesas, se está caindo ou subindo, e fazer uma análise desses dados. Por exemplo, se a conta de água caiu em determinado mês, é preciso saber se o prédio estava mais vazio naquela época”, orienta. Edifícios com muitos inquilinos podem apresentar um descompasso nas contas de água, energia ou gás, justamente pelo fato dos apartamentos ficarem vagos em determinados períodos. Vazamentos também podem significar “furos” na previsão orçamentária. 

Uma boa parceria síndico-administradora é fundamental para uma correta previsão de despesas. Geralmente, o síndico tem maior controle sobre obras realizadas e as que estão em projeto. Por isso, deve munir a administradora dessas informações, para que ela prepare uma previsão fiel. Da previsão orçamentária também devem constar valores destinados a pagamento de 13º salário de funcionários. “Esse item é considerado despesa ordinária e é interessante que se faça um rateio escalonado durante todo o ano. O dinheiro para o 13º deve ficar depositado numa conta separada. Se for guardado numa poupança de fundo de reserva, é arriscado que ele seja utilizado para outros fins, e que seja preciso realizar outro rateio. É fundamental ser fiel ao que foi programado para aquela verba”, define Rosely Schwartz. Segundo o Manual do Síndico do Secovi (Sindicato da Habitação), são consideradas despesas ordinárias os gastos com pessoal (salários, férias, 13º e rescisões), os encargos sociais (INSS, FGTS, PIS e INSS de contribuintes individuais), gastos com consumo (água, energia elétrica das áreas comuns, gás, telefone de uso exclusivo do condomínio), itens de manutenção e conservação (elevadores, bombas, portões automáticos, interfones, piscina, jardim, antena coletiva, recarga de extintores, lavagem das caixas d’água e dedetização das áreas comuns), despesas administrativas (impressos, cópias, correio, isenção do síndico, despesas bancárias, taxas de administração), materiais de limpeza e uniformes e o seguro do condomínio.

Há casos em que o condomínio tem sobras no fundo de reserva, ou mesmo na conta ordinária, e pretende usar essa verba para obras extraordinárias. A administradora Rachel aconselha que seja levado para aprovação em assembléia o uso desse dinheiro para uma melhoria. Já para definir as obras, ela recomenda uma pesquisa entre os condôminos. “Cerca de um mês antes da assembléia, o síndico pode realizar uma pesquisa, questionando o que os moradores consideram mais importante. As preferências dos moradores podem não ser as mesmas do síndico”, finaliza.


Matéria publicada na edição 126 jul/08 da Revista Direcional Condomínios

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