Dica Cerca Elétrica: Proteção nos muros

Quanto mais barreiras físicas um condomínio tiver, melhor para a segurança. Um desses obstáculos para evitar invasões é a cerca elétrica, equipamento formado por fios de aço inox, que devem estar bem esticados. Quando rompidos ou tocados provocam o disparo de uma sirene e um pulso de alta tensão no invasor, mas não causam riscos à integridade física. “Na cerca elétrica, a impressão é de que são quatro fios, mas é apenas um. Existe uma central de choque que corre por todo o fio. Se alguém o toca, o choque não volta para essa central e dispara”, explica Marcos Paiva, consultor de segurança em condomínios.

De acordo com a presidente da Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), Selma Migliori, a cerca elétrica traz bons resultados para os prédios pelo efeito psicológico inibidor. “Os assaltantes têm medo de levar choque e desistem dos roubos. Além disso, as cercas eletrificadas aumentam as alturas dos muros e, dessa forma, aumentam também as dificuldades de invadir o edifício”, explica. Para ela, é necessário elaborar um projeto de segurança do local antes da instalação. “É importante analisar os pontos mais vulneráveis do condomínio para evitar tentativas de acesso. Por isso, o síndico deve contratar uma empresa especializada, com tempo de mercado e constituída de CNPJ. Para economizar, alguns síndicos pagam para um eletricista instalar o produto e acabam com mais problemas e mais gastos”, considera.

Um dos cuidados para a instalação da cerca elétrica é verificar se o equipamento está dentro das normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Desde o início deste ano, está em vigor a norma para eletrificadores de cercas NBR 60335-2, que determina os requisitos de segurança para a fabricação e instalação dos equipamentos. “A ABNT regulamenta o tipo de material a ser utilizado, a tensão elétrica, o comprimento dos fios e outros fatores”, ressalta o consultor de segurança e instrutor do Secovi, Florival Ribeiro. Com a norma regulamentadora, os síndicos também devem estar atentos ao preço das cercas elétricas. “As normas geram um custo para o fabricante. Por isso, o síndico pode desconfiar se encontrar um produto abaixo do preço de mercado”, alerta Sérgio Ribeiro, diretor de uma empresa fabricante de cercas elétricas, completando que esse tipo de proteção é muito comum nos edifícios porque é de baixo investimento. 

O consultor Marcos Paiva destaca que a manutenção deve ser constante. “É necessário que o fio esteja sempre esticado para disparar com qualquer contato. Se a cerca for rompida por um galho de árvore ou chuva, não se pode fazer emendas no fio”, recomenda Paiva. Além disso, são indicados alguns cuidados para evitar acidentes nos condomínios e até com moradores. “É imprescindível que sejam colocadas placas de aviso no local onde estão as cercas elétricas. Os condomínios também devem receber orientações das empresas com os cuidados necessários para regar e cortar plantas próximas à cerca ou quando for realizar a pintura dos muros”, acrescenta Sérgio Ribeiro.

Mas, para o consultor de segurança e instrutor do Secovi, Florival Ribeiro, somente a cerca elétrica não traz segurança: “Os eletrificadores dificultam o acesso ao prédio, mas não impedem a invasão. Por isso, é importante ter alarme e monitoramento para identificação dos assaltantes.”


Matéria publicada na edição 128 set/08 da Revista Direcional Condomínios

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