Dica Tratamento de Água

Tratar a água é ser responsável

Água em condomínios é sempre um assunto sério. Um reservatório trincado, uma abertura na tampa da caixa d’água ou tubulações sujas podem se transformar em grandes dores de cabeça para os síndicos. Se acontecer algum problema de saúde com um morador por causa da água e ficar provado que houve descuidos no armazenamento, a responsabilidade é do edifício.

A supervisora de marketing da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Emília Dalla Rosa, explica que a água fornecida é tratada, mas depois de entrar no prédio fica sob os cuidados do condomínio. “A cada seis meses, deve-se limpar a caixa d’água. É importante verificar se a tampa tem alguma abertura que facilite a entrada de animais, fezes ou qualquer tipo de sujeira. Não há necessidade de colocar cloro no reservatório, nem de fazer filtragem, pois a água é entregue com qualidade para consumo humano”, aponta Emília, complementando que se o consumidor verificar qualquer diferença na cor ou cheiro da água deve comunicar à Sabesp.

Apesar do controle de qualidade das empresas municipais de saneamento, o professor do Departamento de Engenharia Hidráulica da USP, José Rodolfo Scarati, recomenda a renovação da água todos os dias. “A água chega com cloro para garantir a ação desinfetante por apenas um dia. Por isso, o condomínio não deve armazenar a água em reservatórios muito grandes, durante muito tempo, para não perder a proteção do cloro”, ressalta. Já para a engenheira da AESABESP (Associação dos Engenheiros da Sabesp), Sônia Maria Nogueira, a contaminação pode estar nas tubulações. “Se esses tubos estão envelhecidos gera encrustação, ou seja, depósito de materiais, principalmente se são canos galvanizados. Os prédios novos já contam com tubulação de cobre. É um material mais caro, mas compensa pela durabilidade e pelo benefício à saúde”, destaca.

Por esses e outros problemas é indicada, sempre que possível, a análise da água. Pode-se contratar uma empresa para coletar e avaliar as amostras ou pagar para a concessionária verificar a qualidade da água dentro do condomínio. “É melhor conferir se o problema é interno ou externo. A Sabesp tem meios para verificar isso”, diz Emília. E completa: “O síndico pode conferir na conta de água os padrões de cor, turbidez, quantidade de flúor, cloro, etc. A partir desses dados, ele pode comparar com os padrões de potabilidade.”

Outra alternativa para os condomínios é ter a própria fonte de água. Existe a possibilidade, por exemplo, de construir um poço artesiano. Apesar de muitos síndicos pensarem na economia na conta de água, muitas precauções são necessárias. “A empresa que perfura deve fazer um estudo geológico do local, pois a obra pode colocar a edificação em risco de desabamento. É preciso ter uma outorga do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e avaliação da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Além disso, deve-se tomar cuidado com a contaminação dos lençóis freáticos por lixo, fossas ou cemitérios nas proximidades. A recomendação é analisar se realmente vale a pena gastar com essa tecnologia”, alerta a engenheira da AESABESP.

Mais informações e dicas sobre cuidados com a água no site da Sabesp: www.sabesp.com.br


Matéria publicada na edição 127 ago/08 da Revista Direcional Condomínios

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