CUIDADOS PARA EVITAR PROBLEMAS
Certamente, não há obra mais traumática para o síndico do que a impermeabilização com manta asfáltica. Barulho, sujeira e a necessidade de interditar áreas do térreo transformam o cotidiano do prédio. Os moradores do Condomínio Edifício José Strano, no Campo Belo, conviveram muitos anos com vazamentos na garagem. “Em alguns locais, chovia literalmente”, lembra o síndico Ricardo Carnevalle. As infiltrações atingiam também os dois apartamentos do último andar, já que a impermeabilização da laje de cobertura, utilizada como solário, estava vencida. Com grandes problemas de inadimplência, Ricardo procurava soluções paliativas, como remendos na manta, sem resultados positivos. “Em termos de impermeabilização, ou se faz tudo ou nada”, sentencia.
Com a receita obtida através do leilão de um apartamento, o síndico conseguiu finalmente aprovar a obra, que durou de setembro a janeiro passado e incluiu a impermeabilização das duas caixas d´água do subsolo. Ricardo acredita que os moradores foram até compreensíveis com as alterações na rotina do edifício. “O barulho com a quebradeira da laje de cobertura repercutia no prédio inteiro. Já a obra do térreo interfere na logística da comunidade, com a interdição de áreas”, diz. Apesar dos percalços, hoje o condomínio comemora os resultados. O solário teve a ardósia do piso substituída por uma cerâmica de melhor qualidade e o térreo foi revestido de pedra madeira branca no lugar da antiga miracema. Com projeto de arquitetura pronto, Ricardo se prepara agora para dar início à construção de uma nova churrasqueira e piscina, e irá aproveitar o entulho gerado com a quebradeira da obra para aterrar o deck. Levar os dissabores com bom humor ajuda a superar as dificuldades de uma obra de porte, acredita o síndico: “Passamos o Natal em obras, mas aproveitamos e vestimos nosso Papai Noel de pedreiro, com direito até a carrinho de mão!”
Além do bom humor, alguns cuidados na contratação da empresa de impermeabilização ajudam a evitar problemas. Eliene Ventura, engenheira colaboradora do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), orienta que a mão de obra prepare a área adequadamente, e que faça a aplicação do produto de acordo com a especificação do fabricante e do projetista. O síndico deve obter referências do fornecedor, verificando obras anteriores, incluindo a metragem da área reformada e o tempo decorrido. “Deve-se colocar em contrato exatamente o que se vai fazer. Por exemplo: quem vai retirar a manta asfáltica existente? Quem preparará ou regularizará o substrato? Quem irá retirar o entulho? Quem comprará os materiais? A empresa contratada acompanhará o teste de estanqueidade? Se for uma área com trânsito, ela fará a proteção mecânica? Fornecerá toda a mão de obra, inclusive para limpeza?”, enumera a engenheira.
Há outros itens essenciais, como verificar o local para guardar as ferramentas da empresa aplicadora, a forma de pagamento, o prazo da obra (com início e término, mas sem a ocorrência de chuvas), garantia de aplicação (o fabricante só fornece garantia do produto) e materiais de apoio (junções, selantes e outros). “É importante solicitar um memorial descritivo completo, que será importante em futuras manutenções preventivas e corretivas. É interessante também montar um arquivo fotográfico”, sugere.
Matéria publicada na edição 155 mar/11 da Revista Direcional Condomínios
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